domingo, 20 de maio de 2012

Metrô Paulistano

O assunto do momento é o atual estado do transporte metroviário em São Paulo, do aumento de usuários e da piora na qualidade do serviço. Isso todo mundo já sabe com as estatísticas de defeitos na via e da quantidade absurda de pessoas por metro quadrado, uma das maiores do mundo. E na mesma semana que ocorre um quase desastre na via, com diversas pessoas feridas, seus funcionários realizarão um dia de greve na quarta feira próxima. Decisão tomada antes do acidente, mas que parece ter sido depois porque a coincidência é enorme do senso de oportunidade. Todos os olhos estão voltados para o metrô agora e o governador vai ter que tirar a bunda da cadeira e mostrar algum resultado, já que está sendo pressionado pela imprensa e pela opinião pública.

O problema que ocorreu nesta semana foi a falha de uma placa que existe entre as estações que informa dois comandos: 0, se for para reduzir e 100, se for para acelerar. Ao invés de reduzir o trem acelerou sendo que havia outra composição lá na frente. Quando ouvi a notícia de que o trem havia acelerado sem motivo, pensei logo que era uma falha humana, mas depois de ler mais informações percebi que o maquinista foi o responsável por ativar o freio de emergência e evitar um acidente ainda maior. Passou de culpado para herói em poucos minutos. Deu até medo dos trens da linha amarela que são controlados eletronicamente sem nenhum condutor.

Erros acontecem. Defeitos também são parte da vida. Mas o mais estranho da história toda é do fato de os controladores terem recebido a comunicação da falha da placa danificada 25 minutos antes do acidente e não ter feito nada. Fiscalização e verificação houve, faltou a tomada de decisão de substituir a tal placa na hora. Ele sabia do problema e aparentemente ignorou. A única coisa que fez foi informar os maquinistas que tinha problemas entre as estações Carrão e Tatuapé. Pra mim, esta decisão é a mesma coisa do que colocar uma placa de trânsito na rua informando que existe um buraco na via logo à frente. Ao invés de colocar a placa, porque não tapa o buraco? Ao invés de avisar que existe o problema, porque não resolveu o problema?

Um acidente parecido com a mesma causa, circuito defeituoso, já aconteceu antes em Washington em 2009. Na época o maquinista também acionou os freios, mas como a composição estava em alta velocidade na hora não conseguiu parar a tempo e se chocou com o trem a frente. Então 70 pessoas se feriram e teve 9 mortes. Corremos este perigo aqui em São Paulo, graças a Deus o trem estava em baixa velocidade. Desde então os metroviários norte-americanos trocam as placas duas vezes ao dia e ainda informam pelo site todas as trocas ocorridas, para a fiscalização da população. Não espero nada menos do que isto aqui em São Paulo.

Um comentário:

  1. Acho estranha essa situação porque antigamente não aconteciam tantos defeitos no metrô e nos trens. Se acontecia, não era divulgado. Algo precisa ser feito. A população não merece pagar pelos erros.
    Big Beijos

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