segunda-feira, 30 de julho de 2012

Preços para Trouxas

Quando estou no shopping ou nas ruas mesmo olhando as vitrines, além do produto sempre procuro pelos preços que estão sendo cobrados. Não adianta olhar e desejar algo se não vai poder pagar. Mesmo que eu tenha dinheiro pra gastar, não vale a pena pagar um preço exorbitante sobre aquilo sendo que dá pra encontrar o mesmo produto em outra loja pela pagando metade. O preço é um item extremamente importante na minha decisão de compra, não só porque sou pobre. Acredito que não vale a pena comprar o mais barato, pois a qualidade vem no mesmo nível. O ideal é procurar pelo melhor custo/benefício, não pagando muito e tendo a melhor qualidade possível dentro de um preço razoável.

O que me incomoda muito são duas situações. Primeiro quando a vitrine não informa nenhum preço dos produtos obrigando a gente a entrar e ficar perguntando ao vendedor chato que ganha por comissão e não vai querer te deixar ir embora. Eu nem me preocupo em entrar nessas lojas, só pergunto o preço quando o produto é muito atraente pra mim, mesmo assim com relutância. Dou prioridade pras loas com a etiqueta gigante do lado.

A outra situação irritante é quando eles colocam uma plaquinha informando um preço baixíssimo, até me assusto quando vejo aquilo. É só olhar com mais cuidado que podemos ver em letras miúdas a informação que aquele valor é uma de 20 parcelas, logo o preço é aquele informado vezes 20. Quando pergunto para um vendedor o preço de algo, ele vira em me diz três de R$50 no cartão. É a loja tentando convencer o cara mais pobre a comprar só porque entra em seu orçamento mensal e endividá-lo, dando margem à inadimplência ao SERASA da vida. O pior é quando informam que este valor é sem juros. Só a pessoa mais inocente do mundo vai acreditar em algo assim. Todos os preços que não sejam pagos a vista vem embutido um custo que normalmente é astronômico, eles só não informam. E para aqueles que querem pagar a vista, não dão desconto, me obrigando a pagar juros.

Deveriam criar uma lei onde é obrigatório que o valor a vista seja menor que o valor parcelado. É lei. Não me venha dizer que é sem juros, pois isto só engana as pessoas mais simples. Outra lei que deveriam fazer é ser obrigado a informar aos clientes na plaquinha de preço, o valor total a vista maior e o valor parcelado + os juros embaixo. No Canadá, o valor sempre vem discriminado inclusive com o valor do imposto que será pago ao governo. Aqui eles embutem tudo, somam juros, dividem por N vezes e fazem você engolir o preço.

domingo, 29 de julho de 2012

Olimpíadas Londres 2012

Não tem jeito, mas Copa do Mundo e Olimpíadas fazem a gente ficar fã de esportes de um dia para o outro. Quando acabam, retornamos à vidinha comum. Agora a gente acompanha todos os esportes, até desafio de peteca, principalmente se tiver brasileiro na disputa, mesmo que não tenha chance nenhuma.

A abertura das Olimpíadas de Londres foi muito boa. Além da festa tradicional com a representação da história do país, os organizadores fizeram um gol de placa ao adicionar a música britânica que é excelente e o humor inglês, nota 10. Dois momentos vão ficar pra história: A cena em que James Bond e a rainha pulam de pára-quedas, com aquela música característica dos filmes do 007 e a participação do Mr. Bean fazendo aquela comédia característica do personagem, sem falas e apenas com gestos no melhor estilo Charlie Chaplin.

Fico até com medo das Olimpíadas aqui no Rio de Janeiro. A única coisa que espero é que eles envergonhem menos do que provavelmente farão. Não tem como fugirmos do nosso complexo de vira-lata, somos um país com muitos problemas sociais e realmente não dá pra competir com os países mais ricos. O que nós deveríamos fazer é apostar na criatividade como fez os londrinos e tentar não fazer feio. Se for feito algo legal, que fique na memória, relevaremos a falta de efeitos especiais.

No desfile das delegações, só não gostei do Rodrigo Pessoa como porta bandeira. Ele carregou displicentemente nossa bandeira arrastando-a pelo chão em algumas partes. Horrível. Fiquei gritando pra televisão neste momento. Poderíamos ter escolhido outro atleta mais importante em minha opinião. E a roupa escolhida para os atletas foi meio sem graça. Já fomos mais criativos neste quesito.

No primeiro dia já conquistamos 3 medalhas, fato que não se repetirá com tanta freqüência pela deficiência de nosso país nos esportes de alto rendimento. Cada medalha, mesmo que bronze, é raro e deve ser encarada com grande importância. Fiquei até emocionado com a Sarah Menezes em trazer a medalha de ouro. Ela é humilde e vem do estado mais pobre de nossa nação, o Piauí. Se a gente tem uma política esportiva nota zero no Brasil inteiro, imagine no Piauí! E ela conseguiu forças para ser a melhor do mundo em sua categoria. Essas pessoas têm uma grande força interna, persistência e foco. Deveríamos nos espelhar em suas façanhas para encaramos nossos problemas do dia a dia. São pessoas assim que brilham, não importa onde estejam.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Se você me der a mão

Uma dica de peça.
Trata de um assunto que já começou antes dos atores entrar em cena. O câncer de mama. Antes de começar sempre tem aquelas informações de praxe como o nome dos patrocinadores, a informação de que não é permitido filmar e fotografar e outras coisas mais. E uma das propagandas passadas foi sobre a mamografia. Eu não sabia o tema da peça antes de assisti-la então até achei curiosa a passagem da propaganda institucional do governo e achei se tratar apenas de uma divulgação institucional. Mas elas estavam inteiramente vinculadas.

A peça é um drama, mas os diálogos são recheados de cenas engraçadas, transformando a história em uma comédia dramática. Lendo o encarte, diz que uma das atrizes principais passou por um momento similar e a história foi baseada em sua experiência com a mãe, muito interessante.

No início pensei que a história fosse mais focalizada no drama familiar e nas traições que aconteceram entre os pais e filhos. A mãe, Tássia Camargo, vive sozinha depois que o marido a traiu e a deixou. Ela, por vingança, também traiu seu marido com um garotão, que sem saber era um namoradinho da filha. Todos saíram feridos e amargurados com estes fatos, mas a vida segue. Todos nós passamos por momentos difíceis e as nossas atitudes vão refletir no resto da vida que vem a seguir. Somos resultado de todas as decisões que tomamos no passado.

Agora, numa nova vida, a filha tenta se reconciliar com a mãe, que passa por um momento delicado de confronto com uma doença grave que é o câncer. A história é encenada onde mostra a cumplicidade existente entre mãe e filha e como este laço de amor é importante nas nossas vidas. Todos nós experimentamos momentos de fragilidade e ansiamos por proteção e suporte. Com a distância de uma figura masculina como o marido e a filha também ausente, ela tenta levar a vida do jeito que dá. Mas o amor de mãe e filha cresce com o encontro e com a descoberta da doença. Todo mundo tem uma criança vivendo dentro de si, que também precisa de carinho.

Depois da peça, sensibilizado pelo momento, a gente sai do teatro querendo aproveitar ao máximo o tempo que temos junto de nossos pais que são mortais e mais frágeis. Já cheguei em casa e a primeira coisa que fiz foi perguntar pra minha mãe se ela está fazendo todos os exames de rotina para ver se não aparece algum nódulo. Além do auto-exame tem que ter um exame anual, um check-up completo, principalmente para mulheres acima de 40 anos. Fiquei surpreso em saber que ao ser descoberto alguma coisa anormal com antecedência, a taxa de cura é de 95%. Ao invés de uma sentença de morte, pode ser o recomeço de uma nova vida.

É uma peça que aconselho para quem gosta de histórias com alto grau de emoção e quem já passou por experiências com familiares que depararam com o problema. É uma doença imprevisível, pode acontecer com qualquer um mesmo com pessoas saudáveis. É terrível não ter o controle sobre certas coisas da vida. O jeito é fazer todas as coisas que temos vontade sempre sem saber se será o último dia.

Peça: Se Você Me Der a Mão
Atores: Tássia Camargo e Priscilla Squeff.
Direção: Ernesto Piccolo.
Texto: Regiana Antonini
Local: Teatro Gazeta - Av. Paulista, 900
Horário: Sexta, 23h; sábado e domingo, 20h.
Preço: R$ 40 (sexta e domingo); R$ 50 (sábado).
Até 29/07/2012

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Mudança de idéias

Muita gente se orgulha de nunca ter mudado de opinião com o passar dos anos. Sempre com o mesmo pensamento, nunca se curvando aos argumentos dos demais. Tem coisas que não tem como debater, por exemplo, a religião. Cada um acredita no que quiser e não adianta um dizer que tem mais razão que o outro. Mas opiniões em geral são mutáveis de acordo com o tempo que passa, com a experiência que adquirimos e com novas informações que recebemos. O mundo era plano até alguém provar com métodos científicos e empíricos que se tratava de uma esfera. Outros juravam piamente que a Terra era o centro do Universo, inclusive queimava quem ousasse dizer o contrário.

Eu tenho opiniões bem resolvidas em relação a vários assuntos, mas sempre estou disposto a dialogar com quem quiser através de argumentos racionais e lógicos. Se meu interlocutor for razoável e convincente, eu mudo minha opinião. Sempre dou o exemplo de que se o cara apontar uma parede branca e disser que ela é azul, somada a argumentos fantásticos e inquestionáveis, eu concordo com ele. Tenho muito orgulho de dizer isto.

Alguns dizem que é falta de personalidade, que muda de opinião assim não impõe a sua convicção. Tem gente que acha que toda discussão deve ser vencida e vomitará argumentos, mesmo que fajutos, para impor sua verdade em relação à do outro. Advogados e vendedores geralmente são assim no trabalho, mas falo em situações corriqueiras, assuntos mais filosóficos.

Um dia eu e meu amigo estávamos conversando sobre um assunto qualquer e citamos uma amiga em comum. Ele disse, em tom de deboche, que ela dizia pensar de uma maneira antigamente e que agora diz o oposto. Disse para mostrar que ela não era confiável, que sua opinião era contraditória e que não dava para levar em consideração alguém que fala duas coisas diferentes e conflitantes. Discordei veemente. Uma pessoa pode mudar de opinião se depois de um tempo pensar a respeito e reconhecer que vê sob outros aspectos. Todos nós mudamos com o passar dos anos, muda-se a cabeça, a forma de pensar e as experiências nos faz crescer. Eu já mudei minha opinião sobre muitas coisas, sobre outros assuntos eu ainda penso do mesmo jeito. Não se deve julgar alguém por causa disto.

Cortella, em seu livro “O que a vida me ensinou”, separa as pessoas que mudam de opinião em duas categorias: A flexível e a volúvel. A flexível é essa que eu comentei acima, daquele que cresce com as novas opiniões, formam novos pensamentos, novas idéias e novas convicções. A volúvel muda de opinião toda hora, a cada 5 minutos, sem ter convicção de nada, sem refletir nada.

Leia assuntos que não fazem parte da sua vida ou de seus gostos. Tenha experiências novas, que nunca pensou que tivesse. Se você é católico, leia um dia o Al Corão. Se você só gosta de rock, vá a um show de música clássica de vez em quando. Se você gosta de cinema, vá ao teatro uma vez ou outra. Não seja uma ancora, que fixa em um assunto e morre com uma única opinião. Seja uma raiz, que se alimenta de várias fontes.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Crianças e Cachorros

Engraçado fazer esta comparação, mas cachorro e criança só deveriam ter que pode e quem tem responsabilidade. Por mim, todos deveriam nascer estéreis e quando quisesse ter um filho, fosse no hospital fazer inseminação artificial usando as amostras do casal, mas antes deveriam passar por uma bateria de exames psicológicos e financeiros pra provar por A+B que ambos tem capacidade pra serem pais. Um dia vi aquele programa da TV Bandeirantes em que uma menina de 14 anos já tinha uma filha de dois anos e que batia nela e se comportava como criança maluca. Era uma criança cuidando de outra. Uma pessoa dessas não tem condição nenhuma de dar condições de uma vida digna a outro ser. Quando um casal quisesse criar um bebê, seria como um investimento para a vida. Seria entregue um caderno com uma série de responsabilidades a serem seguidas, vacinas, escola, tudo. Caso não cumprissem: multa e cadeia.

Um cachorro é quase a mesma coisa, mas não iria tão longe como com bebês. Ter um animal de estimação é um compromisso de cuidar do bem estar de um ser vivo que não tem condições de viver sem ajuda de um ser humano, assim como um bebê. Vejo as pessoas comprando animaizinhos aos filhos como se comprasse bonecas ou carrinhos, simplesmente um objeto pro seu filho brincar. Quando enjoam e querem se desfazer, abandonam-nos como lixo na rua. Não se faz isso nem com um animal.

Casos que são divulgados na imprensa como aquele em que a mulher matou o cãozinho foi bem chocante e deu dó do animal, deveria ser punida. Mas é uma tremenda de uma hipocrisia do povo que dá destaque pra casos assim sendo que todo dia tem gente abandonando crianças nos lixões espalhados pela cidade. Apesar de termos responsabilidade com os animais, a vida humana é muito mais importante que eles. Irrita-me gente tratando cachorros como se fosse gente e dispensando para as verdadeiras pessoas uma importância secundária.

domingo, 22 de julho de 2012

Massacre no Cinema

É impressionante como esses eventos acontecem nos Estados Unidos em mais quantidade de vezes do que em qualquer parte do mundo. Existem atiradores em países da Europa, até o Brasil começou a ter alguns acontecimentos parecidos, mas os americanos são líderes isolados. Mais um louco resolveu matar inocentes, desta vez em um cinema, matando 12 pessoas e ferindo 59, ou seja, deve ter levado uma metralhadora e muitas, mas muitas balas.

A matança aconteceu esta semana na estréia do filme Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge, o que vai dar muita propaganda negativa a um filme que provavelmente é ótimo. Espero que eles não demonizem o filme que não tem nada a ver com o fato do cara ser um doido varrido. Lembro que em 1999, no Brasil, aconteceu um caso similar no cinema onde um estudante de medicina da USP entrou durante o filme Clube da Luta. Na época, a imprensa sensacionalista quis culpar um filme que era violento e que isto influenciaria a audiência a cometer assassinatos. E também culparam o Duke Nukem porque o personagem principal entra um cinema durante o jogo. Pura besteira, tanto o filme quanto o jogo de videogame não são responsáveis pelos casos de violência da população. Espero que não resolvam culpar o Batman por causa disto, apesar do atirador ter entrado com o cabelo vermelho e dizendo que era o Coringa. Outros disseram que ele estava vestido de Bane, vilão do terceiro filme, porque estava usando uma máscara de gás e uma roupa preta.

Os EUA devem ser os líderes de casos assim por ser um país muito liberal na venda de armas de fogo. Este cara tinha três armas no carro e levou uma ao cinema, todas compradas legalmente. É a coisa mais fácil do mundo ter uma arma por lá, dá pra comprar uma no Wal-Mart! Depois do caso de Columbine, onde estudantes mataram vários alunos o Michael Moore se inspirou a realizar o excelente Tiros em Columbine, que ganhou o Oscar de melhor documentário. Pelo jeito não prestou pra nada, já que acontece outro caso com as mesmas características do outro massacre. Acho que nem vão fazer outro filme falando disto, pois tudo o que poderiam falar já foi dito por Michael Moore. Os governantes deveriam rever a fita de Tiros em Columbine pra ver o que fazer.

É por isso que sou contra a venda de armas tão deliberadamente. O Brasil já fez um plebiscito referente à venda de armas e perdeu. A maioria dos brasileiros quer ter o direito de comprar uma arma. Aposto que os americanos pensam exatamente do mesmo jeito. Depois acontecem esses assassinatos e se perguntam onde erraram. Eu sei que bandido que é bandido sempre vai achar um jeito de comprar uma arma ilegalmente se quiser. Mas quanto mais proibirmos a venda tão aberta assim, menos mortes acontecerão. Este matador comprou suas armas legalmente. Será que ele teria saco pra comprar ilegalmente? Não sabemos. Mas é bom refletir sobre isto.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Dentista tagarela

Ir ao dentista, como em qualquer área médica, nunca é um bom programa. O paciente sempre vai porque está passando por algum problema, geralmente com dor. Os médicos, sabendo disto, tenta dar um tom mais humano ao atendimento e tenta tratar o cliente com simpatia, com uma conversa mais informal como se fosse um velho amigo. Pra resumir, deixar o paciente mais a vontade antes de enfiar a broca nele.

Tem dentistas que são bastante tagarelas e gostam de falar muito. Claro que eu, educado, converso com ele sobre os assuntos que levanta, mas me incomoda quando os mesmos insistem em continuar a conversa durante o atendimento. Quando estamos com a boca aberta sendo molestado pelos instrumentos de tortura, não podemos conversar de volta, então vira um grande monólogo que apenas vamos acompanhando com os ouvidos.

Um dentista antigo que eu freqüentava era pior que a atual, pois além de falar ele ficava esperando uma resposta minha. Claro que eu não podia responder e se resolvesse fazer, falaria como se estivesse de boca cheia, babando. O máximo que fazia era um sim e um não, com aquele velho código do “humm”, pra sim e “humm, humm”, pra não.

Minha dentista atual gosta de falar, mas ela mesma fala e responde, me fazendo acompanhar o diálogo de um esquizofrênico. Ás vezes o assunto é interessante que me dá vontade de comentar um caso que ela citou, mas como não posso dá um pouco de aflição. Então tento guardar aquele comentário meu para que no final da sessão, quando tiver a boca livre, poder dizer pra ela o que eu penso.

Apesar de agradável ter um contato maior com o dentista, acho um pouco desrespeitoso ficar conversando com alguém que não pode responder, apesar de nos ajudar a esquecer um pouco a experiência que estamos passando naquela hora e ajuda a passar o tempo.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Comprando tenis novo

Quando saio pra comprar um tênis novo é sempre uma tortura. Nunca tem o número que eu calço. Eu olho pela vitrine procurando um modelo do qual e goste e depois de vinte minutos ou meia hora selecionando o ideal, resolvo entrar para experimentá-lo quando recebo a infeliz notícia de que não tem no meu número. O número campeão de produção para calçados masculinos é 38 e 39, que deve ser usado pela maioria da população. Quem calça números maiores como eu que calço 41 a produção deve ser ínfima, reservando para a loja um ou dois pares. Acho que também se deve ao espaço no estoque cheio de trinta e noves e sem espaço para meu quarenta e um.

Tenho uma relação de ódio e pena do vendedor. Como o pobre coitado ganha por comissão, ele vai querer forçá-lo a comprar e nós somos até disputados por vendedores. Ele sempre trás outros modelos do meu número que eu não gosto. É por isso que passo muito tempo escolhendo na vitrine, para não ter que entrar e lidar com o chato. O pior é quando eles tentam laçar cliente na calçada, ai já é demais.

Tenho uma teoria do gosto dos calçados. Quando estamos na porta olhando a vitrine, escolhemos um modelo de 50 expostos. Quando eu entro na loja, já estou decidido a comprar aquele modelo. Pra mim, aquele que eu escolhi é o melhor de todos os outros que comparei. Quando recebo a triste notícia que aquele tênis não tem meu número e aceito ver outros modelos, dificilmente vou comprar os pares que o vendedor vai me trazer. Porque num primeiro momento, o que eu escolhi é o melhor de 50 outros. Quando o vendedor me trouxer uns 3 ou 4 modelos, a quantidade de opções é muito inferior. A probabilidade de eu gostar de 4 sapatos mais do que aquele que eu tinha em mente de desproporcional àquela da vitrine onde eu tinha mais para escolher. É muito raro me trazerem um modelo que estava escondido no interior da loja e que é melhor daquele que eu escolhi na vitrine. Quando eu vejo os tênis que ele trouxe, ainda estou decepcionado com a falta do número da minha escolha ideal. Então tudo o que ele trouxer será menos bonito do que aquele.

Mas quando acertamos o modelo, o número e principalmente o preço, a trinca mágica ideal, é um êxtase. Nunca comprei um tênis pela internet, sempre na loja e sempre com decepções. Um desses três itens que listei estava deficitário. Comprei, escolhi o modelo, tinha meu número e o preço não era tão alto pela qualidade que eu sabia que a marca tinha. Paguei, recebi com rapidez e eles são perfeitos. Estou extremamente satisfeito com minha compra. Dificilmente comprarei outro tênis na loja depois desta experiência.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Discussão sobre religiosos

Meses atrás, mudando o canal em um dia onde não tinha nada pra fazer e pra assistir, parei naquele programa chato da Luciana Gimenez que nem sei qual é o nome, mas que sempre gera polêmica levando convidados polêmicos pra debater algum assunto nada relevante. Às vezes acertam no assunto, mas erram nos convidados chamando gente que tem limitação de visão.

Neste dia estava tendo uma discussão sobre os evangélicos e como convidados estavam o Conrado e a Andréia Sorvetão, casal que eu não via desde o Trapahotel, nem sabiam que eram casados. Eles são evangélicos fervorosos e a cada 10 palavras, uma é Jesus Cristo e outra é Deus. É difícil julgar, pois cada um faz de sua vida o que quiser, mas para uma pessoa não religiosa, uma conversa em que a pessoa insiste em meter a religião em qualquer assunto debatido é extremamente irritante. É como aquele joguinho do Silvio Santos que a cada três palavras deve se dizer PIN. Exemplo: Então você viu PIN o que aconteceu PIN com a televisão PIN. Conversar com alguém falando PIN pra tudo é irritante, não é? Então troque a palavra PIN pela palavra Deus e você terá o exemplo de uma conversa com um evangélico.

Tenho amigos que por acaso são evangélicos e são muito gente boa, agradáveis, confiáveis e que podemos ter uma boa conversa sobre qualquer coisa, sabe porque? Por que não falam de religião. Tem um amigo meu que se não tivessem me dito que ele era evangélico, eu nunca iria saber. Ele nunca me disse, e eu o respeito muito.

Neste programa o Conrado e a Sorvetão eram este tipo de evangélico que eu citei acima e eram bem chatos. Mas assisti um outro programa em que debatiam sobre o casamento gay e é claro que convidaram um pastor pra criar polêmica sendo o do contra. Um assunto desses com participação de um religioso deve ser garantia de barraco e audiência. Mas quando vem um representante mais alto, um pastor, um padre mais culto, a discussão se torna interessantíssima, pois debatem em um nível mais elevado. Esse pastor que foi, não vou me lembrar o nome, sabia falar, tinha o dom da oratória e não era bobo. Ele não iria despejar um monte de bobagens que o povão geralmente faz, mas ele também não pode ir contra os ensinamentos da sua igreja. Quando falavam sobre as histórias pessoas dos casais gays e perguntavam sua opinião, primeiramente ele vinha bem educado, simpático dizendo que cada um fazia da sua vida o que bem entendesse, fazendo a conversa ficar bem agradável e aceita por todos, mas no decorrer do discurso ele ia mudando astutamente a direção indicando que o certo seria uma união hetero que aquilo estava errado. Não vou discutir se está certo ou errado o homossexualismo, assunto para outro dia, mas sim a habilidade deste pastor mesmo se contradizendo fazer o discurso mudar de mais suave para mais agressivo. Só prestando atenção no que ele dizia que percebíamos a jogada.

A cada pergunta ele começava de um jeito bem lógico e racional fazendo eu ter admiração pela sua inteligência e opinião, mas depois de uns 2 minutos ele cagava e dava aquela versão da igreja. Eu fiquei com a impressão de que ele verdadeiramente não acreditava naquela opinião da religião e só mudava o discurso pra não perder o cargo de pastor. Via-se que ele era culto.

Uma pessoa que já nasce ou que tem um treinamento de oratória, tem capacidade de convencer muitos ignorantes. Precisa-se prestar atenção ao discurso e perceber a mudança de opinião ou se realmente bate com suas crenças.

domingo, 15 de julho de 2012

Dia do Homem

Hoje, dia 15/07, é comemorado o dia do homem no Brasil. Data escolhida provavelmente pelo mercado consumidor pra vender mais produtos em uma data melhor para nosso país. Mas o verdadeiro dia do homem internacionalmente é 19 de novembro. Apesar de que as mulheres mais ressentidas e mal-comidas defendem ser dia 1º de abril.

Por que dão homenagens a certos dias? Em alguns casos é para homenagear alguém, heróis nacionais ou nascimento de Jesus. Em outros são fatos históricos como Independência e República. Mas a maioria dos dias é feita para defender uma minoria excluída e oprimida. Pra fazer a sociedade olhar para aquele problema pelo menos uma vez no ano. No dia de combate à AIDS todos prestam mais atenção para as pessoas que sofrem com a doença, divulgam meios de como evitar e se proteger e etc. No dia da consciência negra revemos todos os problemas que o Brasil passa referente à discriminação racial e como combatê-lo. O dia das mulheres foi inventado pelo mesmo motivo, pois elas eram discriminadas no começo do século, sendo humilhadas e tendo seus direitos cerceados.

Por causa disto, não vejo motivos para existir um dia do homem. Pra mim é a mesma coisa que o vereador Carlos Apolinário inventou pra comemorar o dia do orgulho hetero. Se tem um grupo social que não precisa de defesa é o hetero. Dia do homem também não defende nada, só deve ter sido criado pra vender mais coisas e alimentar a economia. Mas é uma data que não pegou. As próprias mulheres dão risada da data e não presenteiam seus companheiros, apesar de exigirem presentes no dia das mulheres.

Resolvi dar uma lida no Wikipédia pra saber por que eles criaram a data e lá diz que é para proteger os homens no mercado de trabalho. Realmente, as mulheres têm crescido tanto e ficaram tão poderosas que um cara de Trinidad Tobago achou que os homens viraram um grupo menor e oprimido pelo antigo sexo frágil e decidiu que a sociedade deveria olhar para eles pelo menos um dia com mais compaixão. O mundo realmente dá voltas. Agora a gente vai sofrer na mão das mulheres depois de milênios de opressão masculina.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Prometheus

Prometheus prometia tanto e me decepcionou um pouco. Mas vamos por partes. Antes de qualquer análise, é bom lembrar que este filme tem a pretensão de ser o prequel, ou seja, o filme que antecede à já clássica série de filmes do Aliens onde mostraria o que aconteceu antes da nave Nostromo atender o chamado de socorro e achar aquela nave abandonada cheia de casulos de aliens.

Se uma pessoa que não conhece o filme Alien e suas seqüências quiser assistir, pode ir numa boa, pois não tem quase nenhuma ligação com eles, pode ser visto independente. Se for ver por este lado, Ridley Scott até que fez um bom filme de ficção/suspense. Se assisti-lo sem levar em conta os aliens, não achei um filme tão ruim assim.

Agora vamos meter o pau: O filme criou uma outra linha de seqüência e inventou uma outra história que não tem muito a ver com a idéia original do Aliens. Em Prometheus, escavadores arqueólogos do futuro descobrem uma caverna onde encontram diversas pinturas rupestres indicando que os antigos homens da caverna ou outros antigos habitantes do nosso planeta vieram do espaço, mais especificamente de um conjunto de planetas que órbita uma estrela parecida com nosso sol. Eles comparam esta descoberta com outras 6 que tinha o mesmo mapa estelar e descobrem o local onde as pinturas indicavam. Interpretaram como se fosse um convite estelar de uma raça alienígena.

Apenas alguns anos depois (falha do roteiro, pois acho que do momento da descoberta até a partida da nave demoraria muito mais tempo de preparação) eles embarcam numa viagem de 2 anos onde pretendem investigar este planeta a qual a pintura indica e buscar a origem da vida na Terra. Este é o plot principal do filme. Até ai, tudo bem. Claro que a gente, como expectador, está louco para ver um planeta cheio de aliens ou pelo menos aquelas aranhas que depositam ovos nos humanos. Mas Ridley preferiu criar novos tipos de alienígenas para assustar a platéia que não tem nada a ver com a franquia Alien. Se era para ser um prequel, que usasse todos aqueles mecanismos que conhecíamos dos filmes anteriores como o casulo onde sai a aranha gigante, sobre o embrião que ele coloca no humano, o alien que sai da barriga, etc. Ele criou uma lava gigante parecida com uma cobra, depois inventou um tipo de lobisomen assassino e quase imortal, depois inventou uma gosma preta do mal... Como um filme independente, até fica legal, mas não nesta franquia né. O que que tem a ver todos esses bichos no processo de gestação da vida do alien? Nenhuma ligação.

Vamos aos elogios: Achei a atriz que faz a personagem principal bem parecida com a Sigourney Weaver mais jovem, talvez por causa daquele cabelo meio curtinho meio querendo crescer. Se fosse fazer um reboot do primeiro filme, poderiam colocá-la como a nova Ripley.

Gostei do processo de hibernação mais roots, mais rústico e difícil. No primeiro filme, na nave Nostromo, eles acordam tranqüilamente como se estivessem dado um cochilo. Acontece que são 2 puta longos anos. Logo a pessoa deveria acordar toda destruída, como acontece neste filme. Um ponto positivo.

No final inventaram uma aparição de um bicho que levemente parece com um dos Aliens originais só pra dizerem que faz parte da mesma franquia. Terrível. Sabe o gosto que ficou no final? Agora eu prefiro que façam um Aliens 5 ao invés de Prometheus 2. Quero ver os Aliens do jeito que conhecemos, caçando humanos em lugares escuros, fazendo toda aquele ritual de procriação e tudo. Pode não ser com a Ripley á que a atriz á está velha, mas poderiam colocar uma outra personagem tão carismática quanto e continuar a série.

Assisti em 3D. Gostaria de avisar as pessoas que tem dúvidas em relação se vêem em 2D ou 3D. As imagens são muito bonitas e o filme aproveita bem o 3D. Não é aquela coisa de Avatar, indispensável para a apreciação perfeita do filme. Se vir em 2D não vai perder nada. Mas o filme aproveita bem o recurso durante toda a exibição. Mas o ruim é que achei bem escuro. Como a atmosfera do filme é mais dark, os óculos escureciam ainda mais o ambiente ficando mais escuro do que precisaria. Talvez seja bom assistir em 2D mesmo.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Reservas Indígenas

O Brasil está cheia de reservas indígenas espalhadas pelo Brasil. Basta olhar um simples mapa do país com as áreas das reservas pra ver como foram feitas as reservas e perceber que não tem nenhuma lógica. Claro que fizeram onde as tribos estavam então cada uma teria o seu espaço onde sempre viveram, mas me parece que seria melhor se estivessem em uma faixa de terra contínua onde poderiam ter ligação e contato sem precisar atravessar terras do homem branco.

Mas cá entre nós, os índios não precisam de tanta terra assim. Pode soar preconceituoso, mas acho que os índios deveriam ser integrados à nossa sociedade de hoje. Lá, apesar de viverem seus costumes ancestrais e usar seus idiomas locais, não há nenhum crescimento, nenhum progresso. Não fazem nada da vida. Se ainda vivessem da pesca, do plantio em uma sociedade auto-suficiente, até seria interessante ver, mas a maioria á tem seus confortos, carros, televisões, internet e os confortos normais do homem branco, então porque dar uma terra de graça assim? Se eles forem os donos da terra, por uma questão de antiguidade, tudo bem, mas que se comporte como todos os outros cidadãos brasileiros pagando impostos e sendo membros úteis da sociedade. Sabe o que me parecem, imensas favelas.

É como um livro recente que li, Guia politicamente incorreto da história do Brasil, onde conta que os índios tiveram muita miscigenação com os homens brancos e queriam se misturar. A maioria das mortes ocorridas foram guerras entre tribos rivais e não um massacre português. Esta informação não está apenas neste livro, eu cheguei a fazer outras pesquisas pela internet e vi que eram reais. Aquele conceito antigo que acreditávamos não é correto. Os indígenas viviam em estado de guerra constante entre as tribos e eram povos que desmatavam muito as terras. Se não fossem os portugueses pedindo pra maneirarem, eles tinham devastado o Brasil. Eram povos nômades que usufruíam uma região e quando tivessem consumido todos os recursos, moviam para uma nova terra fértil. Foram os europeus que trouxeram o conceito da agricultura, do plantio e colheita.

É engraçado como os livros brasileiros insistem nessa mesma tecla de coitadinho dos índios sendo que são informações incorretas. A parte dos indígenas eu já conhecia, mas os outros assuntos que o livro aborda referente os escravos negros vindos da África eu não conhecia. É um livro que vale a pena ser lido sem o uso de emoções. Se você é patriota, deixará e sê-lo, pois é um tapa na cara do brasileiro. Chegamos no final do livro e percebemos que não temos heróis, não temos história. Bem triste, mas real. Basta escolher: quer viver em um mundo fantasioso e feliz ou real e triste? Cruel.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

As duas trilogias de Star Wars

George Lucas, diretor e criador da saga Star Wars, hoje é podre de rico e um homem poderoso graças a este produto que inventou na década de 70 e até hoje é relevante. Dizem que ele escreveu um roteiro imenso e dividiu a história em 9 partes, sendo que cada parte transformaria em um filme. Devido à tecnologia da época e da história, chagaram a conclusão que não seria interessante filmar desde o primeiro episódio e sim a partir do quarto.

Os primeiros três contam da ascensão de Anakin Skywalker, de sua transformação em jedi e de sua traição. Ele se torna Darth Vader, um dos mais poderosos e fiéis seguidores do Imperador Palpetine e dos chamados Siths. Os três subseqüentes, que foram gravados na década de 70, contam a história de seu filho Luke, que nasce sob o regime de opressão do Imperador e se junta à aliança rebelde em busca de destruir a ditadura dos Siths e promover a volta dos cavaleiros Jedi para o controle da galáxia.

A primeira trilogia é um sucesso absoluto. George Lucas deixou de dirigir filmes por muitos anos porque não precisava mais. Mas depois de 20 anos ele decidiu filmar aqueles três filmes anteriores e contar a história de Anakin. Com uma tecnologia absurda, gerou três filmes praticamente 100% em computação gráfica, mas com história bem fraca, ao contrário da trilogia inicial. Ele queria cativar a nova geração com filmes mais atuais, mas não sei se foi bem sucedido. Os fãs antigos odiaram os novos filmes, mas eu não sei se a molecada de hoje adora esta trilogia. Foi um sucesso comercial, sem dúvida, arrecadou muita renda na venda de ingressos, o filme foi comercialmente bem sucedido, mas o objetivo é impulsionar a venda de produtos baseados no filme. Uma coisa mais interessante foi a série animada Clone Wars, que teve quatro temporadas, e uma história mais interessante e divertida do que o filme.

Em uma geração que consome filmes como Transformers, onde os efeitos especiais são perfeitos e não há história nenhuma, não sei se gostariam da primeira trilogia Star Wars. É claro que eu adoro efeitos especiais, mas quando eu vejo um filme, priorizo a história. Os efeitos devem servir de ferramenta para o diretor contar sua história e não o contrário. Por exemplo, o filme Guerra dos Mundos, original da década de 50 e refilmado por Spielberg no século XXI. Prefiro o original com uma história bem mais interessante apesar os efeitos especiais chinfrim do que o atual com efeitos muito bons, mas história fraca. A maioria dos jovens pensa o contrário, o que é uma pena.

Devido à péssima história da nova trilogia dos Star Wars em relação à primeira, acredito que o roteiro original não tinha quase nada a ver com o que foi filmado. Recuso-me a acreditar que na mesma época que ele escreveu todas as nove histórias foram geradas essas duas trilogias bem diferentes. Acho que ele apenas indicou um direcionamento e toda a história foi escrita por roteiristas retardados que não entendiam nada da mitologia jedi.

Apenas dei uma pincelada no assunto. Voltarei outro dia a escrever mais sobre isto.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

SEMANA CORÍNTHIANS – Vestindo a camisa!

Esta semana não se fala em outra coisa. É Corinthians aqui, Boca ali e o chororó dos outros times. Os fogos de artifício dos torcedores depois do primeiro jogo contra o Boca Júniors e dos carros saindo em passeata nas ruas buzinando foram demais: felicidade para os torcedores e martírio para os secadores. Próxima quarta feira não vai ser diferente, ninguém vai dormir. Seja por vitória corintiana ou contra. Fogos serão soltados.

O sentimento que a hora é agora contaminou todo mundo. Neste final de semana eu viajei para Santos pra aproveitar uma praia e fiquei impressionado pela quantidade de pessoas com a camisa do Corinthians. É como um amigo meu disse uma vez, que na baixada santista tem mais corintianos que santistas. Pude comprovar in loco. Juro que a cada 10 pessoas que passava, pelo menos uma estava com uma camisa do timão. Seja o senhor com aquela camisa regata, ou o moleque com um boné ou da menininha com um vestidinho com um símbolo bordado. Vi bandeiras espalhadas em vários apartamentos, em quiosques e em bares. Todo mundo está no clima da Libertadores da América.

Eu sei que a torcida corintiana é uma das maiores do Brasil, perdendo apenas para a do Flamengo. E a concentração no estado de São Paulo é imensa, Na última pesquisa que vi, 45% da população paulista é corintiana, fazendo o restante de 55% dividirem entre os outros times do Estado. E em Santa Catarina é um absurdo de grande. Só a torcida corintiana é maior do que a soma de todos os outros clubes do estado, acho que dá uns 55%. Uma pessoa de fora que não torce pro Corinthians não tem noção da quantidade de gente mobilizada pra este título.

Eu tenho várias camisas do Corinthians em casa que uso sempre, mas não uso em qualquer lugar. Por causa da violência a gente tem que escolher em ficar vivo ou não. Só uso as camisas quando tenho segurança e controle do lugar em que estou indo, pra casa de um amigo ou conhecido, um lugar que eu já conheço as redondezas, que eu saiba do risco que estou correndo. Como vim pra Santos, evitei usar algo do timão. Mas depois de tanto corintiano usando sua camisa fique com vontade de ter trazido a minha.

Bandeiras e camisas estão sendo vendidas por todo lado. Hoje resolvi comprar duas coisas que queria há muito tempo, mas não tive a chance e o dinheiro disponíveis. Influenciado pelos outros torcedores e animado para a semana, resolvi comprar uma bandeira e uma camisa vinho de São Jorge. Agora já estou pronto pra batalha!

domingo, 1 de julho de 2012

Globo X Record - Religiões

Nesta semana o ibope divulgou a notícia sobre as crenças religiosas dos brasileiros e que o número de evangélicos subiu. Eu vi este anúncio na quinta-feira em um jornal da tv Globo, talvez o Jornal Nacional não me lembro, e lá foi dito que os evangélicos subiram 61% em 10 anos e que os católicos caíram 9%. A Globo então confirmou o crescimento dos evangélicos, mas ressaltou que os católicos ainda é líder no total de fiéis do país tendo 64,6% de fieis contra 22,2%.

Na sexta-feira eu estava assistindo o Jornal da Record e essa mesma notícia foi divulgada. Não sei se foi anunciada atrasada ou era repeteco do dia anterior, mas o conteúdo era o mesmo da rival. Claro que anunciaram que os evangélicos tiveram um grande crescimento, ressaltaram que os católicos caíram e parou por ai. Eu estava louco pra ver se eles iriam informar que os católicos eram a maioria e confirmei que eles omitiram o fato.

Achei muito interessante ter a visão do mesmo fato sendo noticiado por duas emissoras concorrentes com diferentes pontos de vista. Os números são os mesmos, nenhuma delas mentiu, mas cada uma noticiou o fato a sua maneira. De acordo com a Globo, os Católicos são a maioria dos religiosos do Brasil. Á a Record informou que os Evangélicos são os que mais cresceram. É a mesma lógica dos comerciais de produtos no mercado que eu estudei na faculdade. O produto A diz ser o melhor por ter o melhor desempenho, mas fica quietinho em relação ao preço. O produto B diz ser o melhor por ter o melhor preço, mas nem abre a boca em relação à qualidade. E assim vai a concorrência. Por isso a habilidade do vendedor é tão requisitada e recompensada pelas empresas. Não importa a informação, contanto que você transmita da forma que queremos.

Acho ridícula a disputa religiosa das duas maiores emissoras do país. Não tenho crença em nenhuma das duas religiões. É claro que o pessoal da Record vai defender os evangélicos porque os donos o são e eles ganham mais a cada vez que adquirem novos adeptos. E a Globo protege mais os católicos, pois é a maior parte da população e isso é importante para a audiência. Além disto acredito que os católicos são mais conservadores, mais parecido com a visão da emissora.

A informação é soberana. Deve-se divulgá-la sem juízo e valores. É por isso que eu defendo alternativas como o Wikileaks que divulga como é e não como o governo, a sociedade, as empresas querem. Eu defendo também que os órgãos de imprensa tenham colunas com as opiniões pessoais e as opiniões oficiais da emissora a qual representam. Mas deveria ter a noticia completa sem opiniões na outra página ao lado. Cercear a informação é herança da ditadura e um mal que nunca sai de moda. Na Argentina a censura voltou pra valer, fora outros países da América do Sul. Espero que o Brasil não entre na onda.