sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Maria Miss

Maria Miss é uma peça baseada no conto Esses Lopes de João Guimarães Rosa. Eu diria que foi apenas inspirado de leve e foi pego apenas algumas coisas e inspirado o autor a criar várias situações para adaptá-lo aos palcos. Depois de ver a peça, procurei ler o texto original e percebi que não tem muito a ver com a história da peça. Eu também achei o texto muito curto, até me surpreendi por terem transformado em uma peça um texto não minúsculo. Com certeza eu teria passado batido e nem prestado atenção.

A peça conta a história de Flausina, a Maria Miss, que quando pequena foi comprada dos seus pais por caixeiros viajantes que a usaram como escrava de serviços domésticos e sexuais. Virou sua esposa forçada. É aquela típica história brasileira de regiões mais pobres, normalmente do nordeste, onde se tem muitos filhos e os pais vendem seus filhos em troca de dinheiro e comida. Já li coisas sobre o assunto e sei que é coisa real, não fictícia.

Não é dito claramente, mas história deve ter provavelmente se passada no nordeste por causa da pobreza característica da região. Mas o espírito da peça me lembrou muito dos livros de Érico Veríssimo com Ana Terra e Capitão Rodrigo que se passa no sul do país, naquela época da farroupilha. Apesar de separados por um continente, tanto a região sul próxima do Uruguai e da Argentina quanto à região nordeste com os cangaceiros me fazem ter a impressão de que foram as regiões mais parecidas com o velho oeste norte-americano, com cidades sem lei e violência correndo solta.

A história, apesar do horror de uma criança ser arrastada e violentada, é encenada com leveza pela atriz principal e apesar dos pesares é uma personagem alegre em busca da felicidade. Claro que a história terá uma reviravolta, um plot-twist mais adiante que lembrara as tragédias gregas mais antigas.

Uma semana depois de assistir a peça, me deparei com eles naquele programa. Todo Seu com Ronnie Von. Não assisto normalmente a este programa por considerá-lo chato, mas quando vi que eram os atores da peça parei um pouco para vê-los. Achei o ator mais velho, com uma barba comprida, muito bom. Mas fiquei surpreso em saber que o Ronnie Von era 10 anos mais velho que ele. O que plásticas e dinheiro não fazem!


Peça: Maria Miss
Teatro Eva Herz da Livraria Cultura - Conjunto Nacional - Avenida Paulista, 2073
Preço: 30,00
Direção: Yara de Novaes.
Adaptação: Evill Rebouças.
Elenco: Tania Casttello, Daniel Alvin e Cacá Amaral.
Duração: 75 minutos.
Em cartaz:Terças e quartas às 21 horas.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Moradores de rua durante as chuvas

Após uma das chuvas torrenciais que eventualmente caem em São Paulo no outono, vi uma cena que me incomodou muito enquanto caminhava no centro da cidade. Um morador de rua caminhava mais ou menos ao meu lado com um pouco de distância, claro, e outro vinha de encontro a nossa frente. Esse outro que vinha de repente parou numa das ruazinhas do centro e puxou uma das tampas de bueiro para pegar algum pertence seu que havia guardado lá. Ele começou a xingar e ficar extremamente bravo, me fez até desviar o caminho para não me aproximar dele. O outro que estava ao meu lado continuou e perguntou o que se passava. Ele disse que suas coisas haviam sumido. O outro disse que provavelmente tinha sido os limpadores de rua e faxineiros da prefeitura que fizeram a limpa. O cara ficou revoltado e continuou xingando aos céus. Graças a Deus existem esses seres iluminados que tiraram aquelas coisas senão haveria uma séria inundação naquela área.

O problema dos moradores de rua eu não tenho solução para apresentar. É um problema social grave e é difícil para as pessoas se manterem na rua em situação de imundície e se preocupar com seus pertences pessoais. Nós que estamos acostumados com a comodidade de uma casa não temos idéia do que pode ser morar na rua. Existem albergues da prefeitura para os moradores dormirem durante a noite mas já li uma vez nos jornais que a quantidade de leitos disponíveis são abaixo da necessidade. Parece que tem um déficit de pelo menos 3 mil leitos. E em outra reportagem que assisti na televisão, muitos moradores de rua se recusam a ir para um albergue ou por medo, ou porque não querem ser controlados, não poderem usar drogas ou qualquer outro motivo. Tem gente que foge dessas pessoas que tentam encaminhá-los para algum lugar mais humano.

Mas nada pode justificar entupir um bueiro e prejudicar uma grande quantidade de pessoas. A sujeira produzida é imensa e infinita, o pessoal da limpeza passa várias vezes ao dia para tirar todo este material das ruas e mesmo assim sobram resíduos que vão entupir bueiros e inundar certas regiões da cidade. Claro que eles privilegiam o centro do que outros bairros mais periféricos, o que é um erro grave. Não entendo porque eles não resolvem algumas inundações que sempre ocorrem no mesmo lugar todos os anos. Se fosse imprevisível o lugar que aconteceria o problema, até entenderia. Mas não. Não há explicações.

Antes de uma peça de teatro que assisti, que era financiada pela lei de incentivo do governo, passou aquelas frases de impacto pra dizer que o governo se importa com você. Umas das frases era "País rico é país sem pobreza". Mas que porcaria é essa? É claro que a riqueza é o antonimo de pobreza, ou se tem um ou o outro. E também esta frase não significa nada. Coisa besta, mas me irritou ouvir isto. Parece que o governo não sabe nada das necessidades do povo e também não está nem ai.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Ulisses

Um dia eu teria que pesquisar a etimologia do meu nome e a história do grego Ulisses. Resolvi escrever por partes sua história.

Nome originado do herói mitológico escrito por Homero em seus poemas Ilíada e Odisséia. Seu nome romano Ulisses é derivado e Odisseu, nome grego, que significa o irritado.

Seu avô Autólico visitou sua família e viu a pequena criança irritada com todos. Sugeriu ao pai o nome de Odysseus, que lembra o verbo odýssomai (eu me irrito, eu me zango). Outra explicação seria um trocadilho em grego que significa Zeus chovia sobre o caminho, referente à outra história sobre o personagem.

O personagem mítico Ulisses é muito importante em Ilíada e o protagonista de Odisséia. Em Ilíada, é narrada a guerra de Tróia que dura 10 anos. Nesta aventura, Ulisses é convocado para lutar ao lado de Aquiles, Menelau e Agamenon. Ele não queria lutar e tentou de tudo pra não ir, inclusive fingiu-se de louco, mas descobriram seu estratagema e foi obrigado a ir. Na guerra de Tróia foi idéia dele construir um imenso cavalo de madeira onde seriam escondidos guerreiros que ao cair da noite abririam os portões da cidade deixando o exército de Esparta entrar e destruir tudo.

No poema Odisséia, narra a volta de Ulisses para Ítaca, sua casa, com diversas aventuras do herói, lutando com monstros e seres mitológicos. A Odisséia, originado de Odisseu, virou sinônimo de viagem cheia de aventuras. No dicionário aurélio consta que significa uma narraçãode aventuras extraordinárias, série de complicações, peripécias ou ocorrências singulares, variadas e inesperadas.

Filho de Laerte e Anticléia, ele queria casar-se com Helena, mas como ela tinha vários pretendentes sugeri que ela se casasse com Menelau e resolveu ficar com sua prima Penélope. Logo surgiu a aliança para a futura guerra de Tróia. Teve um filho apenas, Telêmaco. Foi educado pelo centauro Quirão e tinha um cão chamado Argos.

Ulisses era amigo da deusa Atena que o ajudava em suas viagens. Mas em uma de suas aventuras, lutou com o gigante ciclope Polifemo cegando-o. Então se tornou inimigo do deus dos mares Poisedon, que era pai de Polifermo. Graças aos mares revoltosos promovidos por Poisedon, Ulisses demorou 20 anos para chegar Ítaca. Dizem que Ulisses foi à região ibérica e fundou uma cidade dando-lhe o nome de Ulisséia. Nos dias de hoje ela tem o nome de Lisboa.

Com as agruras que ele passou, Ulisses representa a capacidade do homem em superar as adversidades.

domingo, 26 de agosto de 2012

Neil Armstrong

Morre o primeiro homem a pisar na Lua, Neil Armstrong, aos 82 anos. Em 20/07/1969, quase 10 anos antes de eu nascer, a missão Apollo 11 desembarcou os heróis americanos para uma caminhada de 2 horas em solo lunar e uma coleta de 21 quilos de rocha para estudos. Antes deste dia só existiam histórias fantasiosas sobre nosso satélite natural. Até hoje ainda tem gente que acha que foi um produto feito por Hollywood para enganar os russos na guerra fria. Bobagem.

Foi uma missão quase suicida e por sorte dos norte-americanos, bem sucedida. Nesta época, o programa espacial soviético estava muito mais desenvolvido que o americano e estava ganhando. Foram os russos que colocaram o primeiro satélite artificial em órbita, o Sputinik. Depois eles foram os primeiros a colocarem um ser vivo em órbita, a cadela Laika. Depois eles foram os primeiros a orbitar a Lua e voltar sem nenhum pouso. Os EUA estavam perdendo de lavada e a nave Apollo 11 tinha pouquíssimas chances de sucesso. Armstrong revelou que na época tinha 90% de chances deles voltarem à Terra sãos e salvos e 50% de chances de pousarem na Lua.

Depois desta corrida espacial, pouca coisa foi feita. Para quem viveu nesta época, a conquista do espaço seria coisa de tempo. A evolução do conhecimento científico estava tão acelerado que se tivesse mantido todo aquele investimento no espaço acho que hoje estaríamos visitando Plutão. Mas o dinheiro foi diminuindo, os programas espaciais pararam de ir à Lua, que se mostrou apenas um satélite cheio de rochas sem valor. O próximo passo seria Marte, que nunca saiu da prancheta.

George Bush criou em seu governo o programa Constellation onde seriam retomadas as viagens para a Lua para logo em seguida irem à Marte, mas foi cancelada na administração do Obama, uma pena. Mais uma vez adiaram os planos de gente sonhadora com o espaço. Desde quando criança até hoje consumo muitos produtos com histórias de exploração espacial como Star Trek, Isaac Asimov, Carl Sagan dentre outros e sou fascinado pelo assunto. Tem coisas que só permanecerão na nossa imaginação.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Na Estrada – On the Road

Tive a oportunidade de assistir ao filme do diretor brasileiro Walter Salles na sua adaptação do famoso livro de Jack Kerouac On the Road, que ainda não li. A história é sobre Sal, jovem escritor que resolve sair com seu amigo Moriarty pelos Estados Unidos para curtir os prazeres da vida. Na verdade a história é uma autobiografia romanceada de kerouac que criou seu walter ego Sal Paradise e seu amigo na vida real Neal Cassady que virou Dean Moriarty.

Nestas viagens que eles fazem eles conhecem os tipos mais doidos de pessoas e vivem aproveitando aquela trica sexo, drogas e rock’n’roll. Na verdade o livro foi uma representação da cultura beatnik da década de 60 onde existiam os hippies os jovens que queriam se livrar do materialismo e curtir a vida na sua essência.

Não sei como anda a geração atual Restart e Freno, o que eles pensam da vida ou se pensam, mas na minha época de adolescente eu consumi muita música desta época e lia bastante sobre a trajetória das minhas bandas preferidas e todas eram regadas a este estilo de vida inconseqüente. Eram contra o padrão de pensamento considerado normal de estudar e entrar numa grande empresa, casar e ter filhos e viver aquela vidinha do subúrbio. Na adolescência pensamos que somos diferentes dos adultos retrógrados e que vamos mudar o mundo.

Até hoje eu me imagino vivendo em uma sociedade como na época de Woodstock. Eu sempre disse que nasci na geração errada. Eu queria estar com uns 15 anos em 1968 e ter ido para os Estados Unidos curtir aquele grande festival e a cultura da época. As histórias do The Doors, Beatles, Jimmy Hendrix, Janis Joplin são maravilhosas e viviam o que pregavam. Não por acaso, mas todos eles terminaram mortos por causa de seus excessos apesar de suas obras estarem presentes até hoje. Se tornaram imortais em espírito. Apesar de sonhar com um mundo desses e fazer algumas besteiras quando jovem, acabei me encaixando no mundo quadrado do politicamente correto e ainda estou vivo. Por mais romântico que uma vida dessas possa parecer, no final você colherá o que plantou.

Uma crítica que li do filme diz que Walter Salles pintou Moriarty, o amigo que todos os caras queriam ter, como um drogado escroto que estava tentando levar Sal para a destruição. Kerouac já disse que escreveu On the Road em homenagem a seu amigo Cassidy, logo o sentido da história não seria este. Já a Kristen Stewart faz uma personagem que todos os homens também queriam ter como amiga. O filme é recheado de gente famosa, não sei como não ficou caro demais.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Berserk

Tudo o que eu relatarei abaixo não revela spoilers da série. O que eu conto é baseado no episódio piloto e pode ou não despertar a vontade de assistir.

O anime Berserk, baseado em um mangá que ainda está sendo produzido no Japão, conta a historia de um mundo medieval alternativo ao nosso, que em muitos aspectos lembra a nossa própria história, e se foca no personagem Gatts, que é um espadachim errante, que veio de uma infância difícil. Desde seu nascimento, em uma tropa mercenária, foi forçado a treinar com uma espada maior que ele e por isso desenvolveu uma força para carregar uma espada do tamanho de uma pessoa adulta. Durante os maus tratos que sofria nesta tropa ele um dia mata o líder dos mercenários por acidente e foge, sendo um solitário guerreiro sem pátria. Gatts é o protótipo do samurai, homem honrado que não recua de nenhuma batalha e vive numa jornada em busca de um objetivo na vida.

Enquanto isto existe uma guerra que dura mais de 100 anos entre Midland e Tudor, que é bem baseado na famosa guerra dos 100 anos entre Inglaterra e França. Entre uma batalha e outra, onde participa de jogos de luta em castelos, sempre é convidado a entrar na tropa de defesa dos reinos por ser um grande lutador, mas ele nunca aceita, preferindo a solidão. Numa dessas andanças ele se depara com outra tropa mercenária conhecida por Bando do Falcão. Neste, eles tentam subjugá-lo e não conseguem, somente o líder desta tropa o derrota. Em troca da sua vida ele propõe que Gatts entre para seu bando.

O líder do Bando do Falcão é Griffith, carismático, inteligente e excelente espadachim. A idéia dele é se tornar rei e todas as suas ações se tratam de uma estratégia a longo prazo para ir conquistando fama, glória com suas vitórias e mais seguidores. Gatts apesar de recém ingresso, é adotado por Griffith quase como um filho. Isto enfurecerá Casca, a mão direita do Griffith, quase como um imediato. Ela segue Griffith cegamente depois que ele a salvou de um estupro no passado. Casca e Gatts não se darão bem, mas serão forçados a conviverem em harmonia graças à insistência de Griffith e do bem do grupo.

Além de toda a história se passar entre as batalhas da guerra e das relações de Gatts com o Bando do Falcão, existe outra história mais oculta com o demônio. Griffith usa um amuleto, o belehit vermelho que aparentemente vem do inferno e o protege nas batalhas. Nosferatu Zodd, um demônio, eventualmente aparece na história e uma vez chega a lutar com Gatts e Griffith. E esta parte terá grande importância mais pro final do anime.

Gostei muito desta série de 25 capítulos. O desenvolvimento dos personagens, inclusive dos secundários, faz você se importar com suas vidas. Só me decepcionei com o final que é totalmente diferente de toda a construção no decorrer da história. Terminou muito mal e aposto que 90% das pessoas não gostaram. Foi pior do que o final de Lost. Mas apesar disto vale a pena assistir, até o episódio 23.

Se quiser assistir, acesse: http://www.animeshade.com/index.php?page=Berserk

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Sonhos Bons e Maus

Sempre ouvi falar de teorias sobre a interpretação dos sonhos que começaram desde Freud. Ás vezes acho que tem fundamento, em outras os sonhos são tão imaginativos e loucos que não tenho certeza do que significam. Alguns se baseiam em filmes que acabei de assistir antes de dormir ou músicas de ouvi. Outros sonhos se baseiam em absolutamente nada.

Vou relatar dois sonhos pequenos e um pouco constrangedores que tive. Na verdade tive vários, mas esses dois foram os que ficaram mais fortes em minha mente depois que acordei.O primeiro foi um pesadelo. Sonhei que eu tinha que matar uma menina de uns 7 anos, moreninha e muito bonitinha. Não sei como cheguei naquela situação, eu tinha sonhado com outras coisas antes mas só lembro agora a partir desta parte. Era imperativo que eu matasse a menina mas eu não tinha coragem. Ia com a faca no pescoço tirando em seguida e alguma coisa me forçava a realizá-lo. A menina começou a rir dizendo que eu não tinha coragem, parece que até ela tava me forçando a matá-la. Aquilo me impulsionou e resolvi cortar o pescoço dela, enfiei a faca e cortei. Começou-se a cair sangue e pedaços de comida pelo chão, com um odor terrível. Acordei imediatamente.

Como ainda era noite, resolvi dormir mais um pouco e tive um sonho mais ameno e erótico. Sonhei que estava no apartamento de frente para a praia me preparando para descer e ia para a areia. Eu estava com uma conhecida minha, mas éramos apenas amigos. Eu tinha interesse nela e pedi para que ela passasse protetor solar em mim. Coisas de sonho mesmo, mas nesta hora, assim que ela virou de costas para pegar alguma coisa e tirei toda a roupa e fiquei nu em sua frente. Ela não ligou e começou a passar protetor solar no meu corpo inteiro. Fiquei muito feliz, puxei e a beijei. Ela retribuiu. Aconteceram outras coisas que prefiro nem relatar aqui.

Não sei o que esses dois sonhos significam. Na internet diz que matar alguém significa que estou em grande tensão emocional. Não acho que isto esteja certo pois não passo por uma tensão tão grande. Em outro site diz que sinto muito estresse, na vida real a tal ponto que temo perder meu auto-controle. Acho que nem tanto assim.

sábado, 18 de agosto de 2012

Madonna e a evolução feminina

A Madonna foi um ícone da década de 80 e conseguiu se manter no topo até hoje, uma coisa rara na música pop. Acho que só Michael Jackson conseguiu esta façanha, se bem que ele teve altos e baixos durante a carreira. Minha amiga Lulu se dedicou no assunto no blog dela selecionando as 50 melhores músicas em sua opinião. Tem muita coisa englobando a carreira inteira, mas eu particularmente gosto da fase anos 80, onde ela era mais destemida.

Muitas amigas minhas são fãs de anos e acompanham sua carreira há muito tempo e já foram em shows. Minha cunhada é tão ou mais fã que a Lulu. A Andréia compra todas as revistas, grava programas onde aparecem entrevistas dela e foi em todos os shows do Brasil. E não é uma paixonite teen, ela já tem 35 anos e continua com grande paixão.

Tenho uma teoria de onde tenha surgido tanto interesse na cantora que apesar de talentosa tem companhia de várias outras que não vingaram por tanto tempo assim. Além de carismática ela foi muito ousada na sua época. Falar abertamente de sexo, ser sensual e se expor seminua no palco era muito avançado na década de 80. Faz pouco tempo atrás, mas as mulheres ainda estavam lutando por sua igualdade em relação ao machismo existente no mundo. Era uma época onde o programa TV mulher falava uma coisa absurda: as mulheres tinham os mesmos direitos que os homens (sic). Pasmem. Pensando bem é assustador. A Madonna era o ícone do feminismo, era tudo o que a mulher comum queria ser e não podia porque seria criticada e chamada de vagabunda. Acho que elas amavam a liberdade que ela tinha e se espelhavam nela esperando que um dia pudessem ser tão grandiosas e tão próximas de sua estrela.

A Madonna sempre usou de polêmica para impulsionar sua carreira. Claro que as músicas eram boas e por isso se consolidou, mas sem dúvida o seu jeito ousado foi determinante para ter tanto interesse assim e se tornar o símbolo de uma geração. Agora, completando 54 anos, se tornou uma senhora enxuta e atualmente o funk faz coisas que a loira morreria de vergonha. Basta olhar o que são os bailes de funk, literalmente prostíbulos gratuitos com música ruim. Outro dia estava passando um programa na TV sobre piriguete onde muitas mulheres se diziam serem as cachorras e que amavam o jeito piriguete de ser. Desde quando piriguete é algo positivo? Na minha época piriguete era sinônimo de puta, hoje virou sinônimo de ousada. Meu Deus, acho que to ficando velho!

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Deixar de ser gordo

De acordo com uma interessante tese do dr. Gikovate, a gula dos gordos e sedentários está relacionada com algo vinda da infância.

Quando um bebê nasce, ele tem uma ruptura drástica entre o ventre materno e o exterior. Nasce chorando, com frio e sem aquele aconchego que estava acostumado. É o primeiro grande trauma do ser humano. Tudo o que ele quer é ficar grudado à mãe. Quando não está dormindo, está junto da mãe e ao sentir um vazio no estômago tem novamente aquele desconforto da vida e chora. Ao receber o leite, seu alimento, se sente novamente feliz. Sua felicidade, nesta época, está diretamente relacionada à comida e o aconchego quente da mãe. Tudo isso fica no cérebro mesmo depois de ter crescido.

Ao crescer e ter experiências, lidará com conquistas e decepções com as vicissitudes da vida. Quando experimenta decepções, tanto profissionais e pessoais quanto romanticas a pessoa sentirá aquele desconforto de quando foi tirado pelo médico da mãe e desejará o prazer de volta. Assim como uma assinatura no cerebelo, ele saciará este vazio de duas formas: ou pelo carinho de outra pessoa que substituirá aquela que foi embora ou pela comida.

Não sei se ele tem razão, mas é muito interessante a comparação e uma boa teoria. Ele ainda diz que não é culpa da mãe se o bebê não teve muito carinho ou não foi alimentado todas as vezes quanto devia, mas cada ser humano reage diferente baseado na própria personalidade que é inata. Muitas mães percebem que ao dar o mesmo tratamento a seus dois filhos, cada um reagirá diferente do outro. Alguns necessitam de mais cuidados em relação ao outro. Enquanto algumas crianças se tornam mais independentes rapidamente, outras necessitam de mais proximidade maternal.

Ainda não cheguei na parte do livro onde a gente resolve esta situação depois de ter ultrapassado os 30 anos, mas como gostei da origem do problema ter sido tão longe, resolvi escrever a idéia aqui. Só assim pra explicar essa minha ansiedade e meu desespero por doce à meia-noite.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

O Coelho

O coelho é um termo usado nas corridas para designar o cara que corre na frente, guiando o resto dos competidores. Surgiu da corrida de cachorros. Para que um cachorro de corrida corra no percurso completo sem para pra cheirar o rabo de outro competidor, sem desviar para a platéia e sem se desconcentrar até chegar no final eles fizeram aquele coelho de metal do lado da pista que guia os cães como um chamariz. E, instintivamente o cachorro fica louco para pegá-lo e vai segui-lo até o final. Claro que o coelho robô tem que ser um pouco mais rápido que os cães para não ser pego, senão acaba a brincadeira. E também não pode ser tão rápido senão o cão desiste.

Nas corridas de rua com competidores humanos também se usa o termo coelho para aquele corredor que dispara na frente. Os outros corredores vão usá-lo como referência para medir o esforço que devem empregar para não deixar o líder escapulir. O cara que lidera sofre pois não tem nenhuma referência a não ser o relógio, onde mede sua velocidade e tempo de corrida. Mas ele fica sem referencial em relação aos seus adversários. Por isso os líderes geralmente correm em grupos e só se separam próximos do final, quando engatam uma 5ºmarcha.

Hoje eu resolvi voltar a correr de manhã depois de várias semanas de ociosidade e preguiça. Uma hora ia chegar. Quando fui para a pista, um outro esportista passou por mim dando aquela corridinha devagar mas contínua. Não demorou para eu passá-lo. Entretanto minha condição física não é das melhores por eu estar voltando depois de um tempo parado, então depois de cansar eu voltava a caminhar para recuperar o fôlego. Enquanto eu caminhava, passado alguns segundos eu era ultrapassado por este corredor lento. Acho que ele corria à 2km/h mas nunca parava, corria continuadamente. Eu comecei a usá-lo como um coelho. Enquanto caminhava, eu via ele se distanciar e quando achava que a distância entre nós estava aceitável, voltava a correr no meu ritmo até alcançá-lo. Quando chegava nele, geralmente já estava cansado e voltava a caminhar. Claro que ele abria mais distância e se repetia o ciclo.

Ele passou a ditar minha corrida e isto facilita muito, principalmente porque era uma corrida inicial de um sedentário e não me esforçaria muito na primeira corrida. Acho que ficou uns 3km neste ritmo até ele desviar para a lateral e caminhar. Assim que eu passei-o me veio aquela sensação infantil de vitória, de ter ganhado dele, não importava de onde ele começou, desde que eu ganhei dele no final. Então me resignei com o fato de não ter mais coelho e comecei a ditar o meu próprio ritmo de corrida. Em um momento eu caminhei para recuperar o fôlego e de repente o barulho dos passinhos e advinha quem me ultrapassou? O filho da mãe também estava descansando e voltou a correr. Será que ele também estava me usando como coelho? Neste momento voltou meu espírito competitivo e comecei a correr para alcançá-lo e repetir a rotina de antes. Mas desta vez ele não foi tão adiante assim e desistiu logo.

Assim que completei os 5km previstos da minha corrida vi que fiz um dos piores tempos da vida: 37minutos. Agora eu não sei se foi devido ao meu estado físico, de estar me poupando mesmo, ou se foi o coelho bichado que tive nesta corrida. Um bom coelho tem que ser ligeiramente superior para que a gente tente superar nossos próprios limites. Um coelho pior faz a gente se acomodar com aquela velocidade menor e engana o corpo dizendo que aquele ritmo é o certo e se você tentar superá-lo irá se desgastar.

É como Alice, no país das maravilhas.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Comportamento do expectador

Os brasileiros têm hábitos mal-educados que herdamos de muito tempo atrás. Claro que evoluímos com o passar dos anos, hoje somos mais civilizados do que anos atrás, mas ainda temos muito que fazer para se aproximar aos europeus. Desde a chegada de Dom João VI, temos melhorado nosso comportamento com a introdução de regras básicas de convivência. No livro 1808, de Laurentino Gomes, relata como foram os primeiros anos do monarca português em solo brasileiro, depois de fugir do Napoleão. Segundo o autor, o rei ficou assustado com a sujeira e os hábitos de cuspir nas ruas e de jogar as necessidades feitas em penicos pela janela, já que não havia saneamento básico. A proliferação de doenças era incrível. Então se começa uma catequização de hábitos básicos e etiqueta para uma convivência melhor entre a população. Fiz esta introdução para lembrar o que nós brasileiros já fizemos em uma cidade tão grande quanto o Rio de Janeiro em apenas 200 anos. Hoje temos comportamentos que são absurdos para povos mais cultos, mas que para nós são rotinas.

Nesta semana fui assistir a um filme em uma sala de cinema mais tarde vi uma peça de teatro, ambas na região da av.Paulista. Em ambas tiveram problemas que considero falta de educação entre expectadores que pagaram um ingresso para assistirem um trabalho artístico e não desejam serem incomodados.

No cinema, entramos na sala e fomos nos acomodando em poltronas da nossa escolha. Todos já estavam sentados aguardando o início da projeção e as luzes ainda estavam acesas para auxiliar aqueles que estivessem para chegar à sala. Estava acontecendo muita conversa alta entre amigos e namorados. Eu acho normal este comportamento, pois ficar parado sem fazer nada olhando pra frente sem nada passando na tela é um saco, então não custa nada conversar com o amigo do lado. Mas duas senhoras se incomodaram e ficaram fazendo “psiiiu” e pedindo pra fazerem silêncio. Um cara logo atrás delas pegou pilha e ficou irritado com elas dizendo que ele tinha o direito de falar o quanto quisesse, pois a sessão não tinha começado ainda. As velhas disseram que elas pagaram o ingresso e que tinham o direito de silêncio. E eles começaram a bater boca. Um terceiro cara do outro lado da sala mandou todo mundo calar a boca e eu dei uma risada alta, pois achei muito hilária a situação. Nesta hora começou a exibição dos trailers e todos se aquietaram. Neste ponto concordo com o cara. O filme ainda não tinha começado, então a regra de silêncio não se aplicava. Se eles continuassem a tagarelar durante a exibição do filme, ai eu daria razão para as mulheres.

Mais tarde fui ao teatro e quando as portas foram abertas, nos direcionamos aos nossos lugares marcados no ingresso. Todos estavam sentados e aguardando o início da exibição. Tem uma prática brasileira de que se a pessoa que comprou um lugar melhor no meio de frente para o palco não aparecer, outro expectador pode correr e pegar este lugar antes de começar o espetáculo. Então muitos que compraram lugares nos cantos do teatro ficam de olho nos lugares vazios no meio da platéia. Eles não vão com antecedência pra lá para não passarem um papelão quando o dono do lugar chegar e pedir para que eles se levantem. Mas uma vez fechadas todas as portas e soarem o som informando que a peça vai iniciar, começam a dança das cadeiras de gente correndo para o meio para ocupar um lugar melhor.

Até ai, acho correto. Já que o lugar não vai ser ocupado, não custa nada um cara assistir daquele lugar. Não é o correto ou muito educado, mas aceito. O que eu não aceito e o que aconteceu nesta peça é do pessoal ficar mudando de lugar depois da apresentação ter começado. Já estava uns 10 minutos de encenação e não parava de aparecer gente mudando de lugar. Achei muito desrespeitoso, incomodava muito ter nossa atenção desviada para esses que ficavam circulando na sala durante a peça.

As pessoas não têm educação o suficiente para saber até onde vai sua liberdade e onde começa a liberdade dos outros. Acham que tem o direito de fazer o que quiser sem entender ou aceitar a necessidade dos outros, o que é péssimo. Pensam apenas no seu conforto. Temos muito que melhorar.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Quando o esforço encontra a oportunidade

A forma que interagimos com o mundo, que nos relacionamos e como buscamos nossos desejos depende do respeito que temos com o mundo, sabendo que somos submissos às vontades do Universo. Vi uma palestra sobre os pensamentos de Nietzsche e fiquei fascinado com a quantidade e qualidade das coisas que analisava da humanidade. Acho que Paulo Coelho leu muito suas obras pois uma das coisas que o mago sempre diz em seus livros é que quando você realmente quer atingir algo e põe seu suor e lágrima, o Universo conspira a seu favor. Ouvi algo parecido sobre um dos pensamentos de Nietzsche.

Ele diz que as pessoas devem reconhecer a sua submissão. Não no sentido que ela deve ser pequena, frágil e humilde. Mas reconhecer que a natureza e tudo o que nos roda é infinitamente maior que o ser humano. Quando grandes homens conseguem grandes feitos na história da humanidade, foi porque a natureza assim o permitiu. Não adianta querermos algo se a natureza não der autorização para exercê-la. O que devemos fazer é tentar encaixar os nossos desejos no desejo da natureza, isso tanto na política, nas artes ou na filosofia. Se eu conseguir encaixar meus desejos nos desígnios da vida, na trilha do tempo, o crescimento virá.

Nos livros de auto-ajuda tem bastante deste pensamento bem mastigado e em linguagem de leigo para os mais simples entenderem, mas é uma idéia filosófica de Nietzsche. Além de uma busca pelo dom que Deus lhe deu, pois todos temos algo de único dado pelo criador na minha opinião, o Universo que tem mais poder que você deve permitir que se exerça sua atividade. Trocando em miúdos, é quando a vontade encontra a oportunidade ou quando o esforço encontra a sorte. Não adianta ser muito bom em algo se a gente não tiver sorte. Quantas coisas acontecem por acaso e no final deu tudo certo? Já ouvi histórias sobre grandes atores que acompanhou um amigo para fazer teste e por acaso foi chamado pela direção do canal e se tornou ator, algo que não imaginava. Ou um cantor de botequim que foi visto por um olheiro de grande gravadora e foi chamado para gravar um disco de sucesso. É a vida dando a oportunidade, basta agarrá-la.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Death Note

É um anime sensacional, feito para um público adulto, não devendo nada aos filmes policiais.

O plot principal é sobre um garoto, o Light, que estuda no colegial, prestes a entrar para a faculdade, ele é um dos jovens mais inteligentes do Japão, conseguindo as notas máximas nas provas. Em seu deslocamento da escola para casa acaba encontrando um caderno escrito Death Note (Caderno da Morte). Ao abri-lo, vê que tem algumas regras de uso onde é informado que ao escrever o nome de uma pessoa nele, esse indivíduo morre. Ele fica impressionado, mas a princípio acha que não passa de uma brincadeira ou que é falso. Claro que ele testa com duas cobaias e eles vêem a falecer logo após a escrita no caderno.

Vêm impressas na parte de dentro 3 regras principais, mas a lista de regras é muito grande e só durante o uso é que vamos saber exatamente o alcance do caderno. Se se escreve apenas o nome da pessoa, em 40 segundos ela morre de ataque cardíaco. Se antes dos 40 segundos é escrito o modo em que ela vai morrer, atropelado por exemplo, então ele terá 6 minutos e 40 segundos para descrever mais detalhes se quiser como horário da morte, local, se será rápido ou doloroso, todos os detalhes que quiser. E quando se escreve o nome, a pessoa tem que imaginar o rosto da vítima para que um homônimo não seja morto por engano. Logo, para matar ele precisa de um nome e um rosto.

Light a princípio tem a idéia de usar o caderno para matar bandidos. Como um justiceiro, punirá assassinos, estupradores, seqüestradores e todos aqueles que são o câncer da sociedade. Ele será conhecido pela imprensa como Kira. Idéia muito tentadora e aposto que todo mundo já teve essa idéia, de matar assassinos de crianças se tivesse a possibilidade.

O problema é que ele mata muitos por ataque cardíaco dando uma idéia que aquilo não é uma morte natural e sim obra de um serial killer que mesmo tendo boa intenção, é um assassino. E também ele começa a matar gente que entra em seu caminho ou tenta interromper seu plano.

Então a Interpol contratará o maior detetive particular do mundo para localizar Kira. Este investigador permanece no anonimato e responde apenas pela letra L, não mostra seu rosto e sua voz é transmitida com efeito computadorizado.

Apesar da idéia original ser fantasiosa com um caderno mágico, a história principal é a disputa psicológica entre Kira e L. É um embate das duas maiores mentes do mundo, cada um tentando pegar o outro através da inteligência. L é um investigador quase eremita que tem um cérebro extremamente desenvolvido que através de deduções lógicas consegue chegar muitas vezes próximo da verdadeira identidade de Kira. Já o objetivo de Kira é matar L para continuar seu plano de exterminar todos os bandidos do mundo. E por ironia do destino ele não tem como matar L, pois não sabe seu verdadeiro nome nem seu rosto.

Os episódios são muito intensos e não desgrudamos o olhar da tela do momento em que começa até o término. Em um episódio L se sai melhor do que Kira, em outro é o inverso e o telespectador vai junto com o raciocínio dos dois. Alguns filmes já tentaram seguir este mesmo modelo, mas acho este Anime conseguiu atingir em sua perfeição.

O seriado tem 37 episódios, muito extenso na minha opinião. Começa pelo plot principal da batalha entre Kira e L. Esta história vai continuar do 1 até o 16. O autor vai inventar uma subtrama que vai enrolar do 17 ao 23 que até faz sentido na estratégia de Kira se livrar de L, mas que achei desnecessária. Logo a história principal volta do 24 e se encerra no 26. Acho que a audiência estava muito alta e os produtores deveriam estar querendo estender a série, então eles criam mais 2 outros personagens para formar uma nova história até sua conclusão no 37 que é boa, mas não tão boa quanto a primeira. Para quem não viu este Anime, não sabe o que está perdendo. TEM que assistir, pelo menos até o episódio 16. É eletrizante.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

O Deus da Carnificina

Só o título do filme já dá vontade de assisti-lo. Carnage! E também só de saber que foi filmado por Roman Polanski já é um motivo a mais para ver esta película, além de grandes atores no elenco. Mas confesso que me decepcionei um pouco. A expectativa que a gente cria em torno de um filme é fogo! Sempre que tenho vontade de assistir um filme, evito ao máximo saber mais detalhes sobre a trama para não ter spoilers inconvenientes. Mas ao saber que era um filme do Polanski já imaginei aqueles grandes filmes de suspense onde ficamos com o coração na garganta. Mas não se trata disto. É uma comédia baseada em uma peça e teatro e toda a história se passa dentro de um apartamento. Entretanto tirando expectativa infundada, o filme é muito bom.

A história, sem spoilers, é o seguinte. Os filhos de dois casais brigam no parque. Uma delas pega um pedaço de galho e atinge a outra, quebrando dois dentes da boca. Aliás, é a introdução do filme enquanto passa os créditos iniciais. Quando começa o filme, costumamos não prestar muita atenção nas cenas iniciais por ao ter muita importância, o contrário do que acontece aqui. Veja com atenção desde o início. Então os pais da criança que foi agredida, Jodie Foster e John C. Reilly, chamam os pais da criança agressora, Kate Winslet e Christoph Waltz, para conversarem sobre o assunto e tentarem resolver o problema. Basicamente toda a história se passa entre estes dois casais discutindo sobre que atitude tomar em relação às crianças. Depois de assistir ao filme, eu adoraria ver uma peça de teatro representando esta história.

Se acontecesse no Brasil, os pais da criança vítima iriam partir pra violência contra os pais da criança agressora. Não teria conversa e se a criança passasse na frente da casa também seria alvo de violência, do jeito que nosso país costuma tratar casos passionais. Mas no mundo mais civilizado do filme, os pais muito amistosamente tentam resolver através de uma conversa franca. Claro que pra ter 2 horas de filme, muita coisa vai ser discutida além da briga das crianças, como o casamento dos dois casais e os problemas pessoais de cada personagem.

E parece que o Quentin Tarantino ressuscitou mais um grande ator. Depois do John Travolta se tirado do ostracismo e estrelado Pulp Fiction, desandou a trabalhar em milhares de filmes a seguir. Aconteceu novamente com Christoph Waltz, excelente ator que ninguém conhecia até o Bastardos Inglórios onde fez brilhantemente o papel de um nazista caçador de judeus, merecendo um Oscar pelo trabalho. Agora todo filme que assisto, ele está nele. E neste filme ele faz uma ótima participação, que é a cara dele.

Do modo que o texto é bem feito e os diálogos caprichados, me deu a sensação de ter assistido um filme do Woody Allen. Pra quem curte este tipo de filme, vale a pena.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

No último lugar que procurei

Escrevi este texto depois de ler um trecho do livro “O que a vida me ensinou” de Mário Sérgio Cortella.

No livro do Cortella ele brinca com a história do cara que estava procurando uma chave. Depois de procurar muito, acha-a e diz: “justo no último lugar que procurei”. Muitas pessoas dizem esta frase. Mas é claro que estava no último lugar que procurou. Depois que você acha, não vai continuar procurando né.

Depois de me identificar com a situação e rir, raciocino melhor. O cara que diz esta frase não quis dizer exatamente o que saiu. Ele se sente um azarado por ter procurado por tantos lugares, perdido tempo precioso e só ter encontrado depois de revirar o quarto inteiro.

Na verdade é como se ele tivesse na cabeça uns 15 possíveis lugares em seu quarto onde a tal coisa que perdeu poderia estar e ele tem que escolher a ordem dos lugares para verificar se o objeto está lá. Escolhe o armário primeiro, abre e vê que não está lá. Em seguida abre a gaveta, não está lá também, e assim sucessivamente até chegar ao 15ºlugar que estabeleceu previamente onde estaria e finalmente acha o maldito objeto. Neste caso ele teria toda a razão de proferir esta frase, pois foi o último dos 15 lugares que relacionou para a procura. Se não tivesse achado, teria que fazer outra lista na cabeça. E é claro que ele se sente azarado por ter escolhido mal a ordem e culpa o maldito Murphy.

No meu serviço passo por isto também quando tenho que procurar um contrato de importação em uma pequena pilha de 20. Claro que instintivamente começo a procurar do primeiro ao último e é claro que o que eu estou procurando está no final. Algumas vezes tento enganar Murphy começando do último e neste caso o que eu estou procurando está no começo. Logo posso dizer que achei no último lugar que procurei.