sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Aqui e Ali (Aqui y Allá)

36ºMostra Internacional de Cinema São Paulo
2002 - Espanha, Estados Unidos, México

O bom de uma mostra internacional de cinema é ter contato com outros modos de contar uma história, diferentes visões sobre o comportamento humano e para nós algo diferente do mercado norte-americano que domina todos os cinemas de nosso país. Depois de um tempo assistindo muitos filmes comerciais a gente começa a pegar o esquema e o padrão deles, acaba sendo muito repetitivo e previsível. Todos os filmes passam a ser comuns, com raras exceções. Claro que um filme fora do circuito não quer dizer que ele seja bom, tem muita merda no resto do mundo também. Mas só pelo fato de ser fora dos Estados Unidos, já acho válido, pelo menos por ser mais original.

É o caso deste filme produzido por vários países, mas que se passa no México. Pedro é um pai de família que passa vários anos trabalhando e tentando ganhar a vida longe de casa nos Estados Unidos. Ele então resolve voltar para sua mulher trazendo novas idéias para ganhar a vida no México. Sua vida é bem simples e mora em uma cidade do interior, bem humilde e parecida com nossa periferia. Chegando lá ele procura amigos e conhecidos para formar uma banda de cumbia e tocar em shows de festas locais.

É a velha luta pela sobrevivência que conhecemos muito bem por aqui. Na verdade pelo que é exposta na tela esta região do México não é muito diferente do que acontece no nosso país. A geografia e a língua são diferentes, mas os problemas econômicos e sociais são os mesmos. Eles não apelam para a violência. Claro que ela existe, mas a história se foca mais nas relações humanas e nas dificuldades de um trabalhador pobre ter prosperidade em uma região que não oferece infra-estrutura adequada. Problemas médicos, a procura por trabalho, filhos com problemas na escola, tudo isto é abordado.

Em alguns momentos achei o andamento um pouco arrastado. Tem um café da manhã que o Pedro tem com as filhas que dura uma eternidade, diferente do ritmo videoclip dos filmes que acostumamos a assistir. Mas acho positiva esta forma de filmar mais tranqüila. No final preenchemos cartela e damos uma nota ao filme que vai concorrer aos prêmios no final do festival. Dei nota 3 de 5, considerado BOM.

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