sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Vilão da vida real

As motivações de um vilão nas histórias geralmente são sempre as mesmas, provenientes dos pecados capitais como a cobiça, o orgulho, a busca pelo poder e desejos que sejam originados de sentimentos que nossa sociedade condena. Mas tudo não passa de sentimentos genuinamente humanos, coisas que qualquer um faria em momentos de tensão absurda. Nós só conhecemos realmente uma pessoa quando a vemos ser pressionada. Ela perderá aquele controle de antes e deixará exposta uma parte de sua natureza. Todos nós temos coisas que escondemos, pensamentos que sabemos serem ruins, mas nos esforçamos em serem pessoas melhores.

Penso que as pessoas ruins não são tão diferentes das pessoas de bem como imaginamos. Para um melhor entendimento e aceitação, geralmente pintamos a pessoa ruim de demônio na Terra, o verdadeiro anticristo, aquele que só pensa maldade o tempo inteiro e não há nada de bondoso em sua alma. Dificilmente é assim. Os malvados também são humanos, experimentam amor e afeto assim como a raiva. Nós também experimentamos todos esses sentimentos. A única coisa que nos diferencia é um controle maior sobre o ódio. As pessoas consideradas boas experimentam um sentimento ruim até certo ponto e não passam dali. O cara ruim ultrapassa o ponto aceitável em nossa sociedade.

Quem foi o vilão da vida real desta semana que saiu nos noticiários? Elize Matsunaga, assassina do diretor da Yoki. Qual foi a motivação ao crime? Traição conjugal. Quem nunca foi traído nesta vida? A sensação é de impotência, de raiva da falta de respeito, de ódio, etc. Podemos xingar a pessoa, chamar de vagabunda, de puta, ou mesmo tratá-la com indiferença e desprezo terminando a relação. Não importa como a pessoa lide com um fim de relacionamento deste tipo, mas sempre sairemos sentindo tudo isto. Quem sabe falar mal desta pessoa para os amigos e conhecidos seja o pior que uma pessoa de bem faria. Um verdadeiro vilão ultrapassaria o ponto aceitável e o mataria e cortaria em pedaços. Na verdade as pessoas boas até tem vontade de fazer a mesma coisa, mas não fazem, pois são mais racionais. O vilão age na emoção.

Lendo um vilão na ficção, Harold Lauder, vemos que ele só queria ser aceito. Sempre foi o desprezado e rejeitado na infância e na adolescência. Quando adulto foi rejeitado pela mulher que amava e traído na confiança por um cara que prometeu algo a ele. Vemos que tem um fundamento, apesar de ser totalmente errado. Penso que se todos fossem corretos na vida, utopia, eu sei que nunca acontecerá, mas se déssemos afeto e atenção a todo ser humano e não tivéssemos preconceitos, mais da metade dos vilões não existiriam. Maldade está na alma da pessoa, mas trabalhada e cuidada, pode nunca vir à superfície. Muitas pessoas ruins são criadas por nós mesmos, aquela mesma que nos fará maldade amanhã. É importante pensarmos em nossos atos desde sempre. O carma sempre trará aquela ação de volta, seja nesta vida ou na seguinte.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Verdade dolorosa

É difícil dar uma opinião honesta hoje em dia porque ninguém quer ouvir uma crítica negativa. Claro que a gente não gosta disto e se sente desconfortável, mas é importante ter todas as opiniões sinceras para que saibamos onde erramos e onde acertamos. Todos querem confete todo dia e não é bem assim.

Se uma pessoa mostra seu texto, seu desenho emite uma opinião ou se expressa de alguma forma, experimente fazer uma crítica pra ver como será a reação. 99% das pessoas que eu presenciei têm comportamentos diversos, mas com o mesmo intuito, desprezar o crítico. Ou o criticado olha com desprezo e já corta daquela listinha de amigos, ou reage violentamente criticando-o de volta.

Claro que quando me expresso de alguma forma, espero ansioso por um elogio e quando recebo uma crítica, fico triste. Mas analisarei aquela opinião e tentarei enxergar o porquê dele ter feito isto. Quando os argumentos são lógicos, aceitamos o fato de termos falhado. Mas quando é uma crítica sem nenhum embasamento, um hater, um troll, então ignoramos. Pra quê discutir com o sujeito, não entendo. Tem gente que tem prazer em brigar com os críticos, basta ver o twitter do Cardoso, Luana Piovani, Bobagento e outros mais.

Não estamos mais interessados na verdade. Queremos ser adulados. Se não quer receber uma resposta honesta e dolorosa, não pergunte. Se perguntar, aceite o que vier.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Ataque alienígena de sucesso

Já vimos várias histórias no cinema e em livros sobre a invasão alienígena no planeta Terra e em todos eles os humanos conseguiram vencê-los, claro. Os primeiro exemplos que lembro agora são os seguintes:
- Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles
- Skyline
- Marte Ataca
- Independence Day
- Guerra dos Mundos
- Super 8
- Cowboys e Aliens

A quantidade de filmes é imensa e sempre terá publico para este tipo de filme, pois ficção científica é fascinante. Mas em todos eles os alienígenas invadem a terra com soldados e matam os humanos com suas armas lasers com tecnologia muito acima das nossas. Seguem o mesmo modelo de guerra que nós, primeiro bombardeiam depois invadem numa guerra de guerrilha. Visão muito limitada do futuro em minha opinião.

Lendo o livro A Dança da Morte do Stephen King, vejo que a solução para um ataque alienígena se resume a uma bomba biológica. O ser humano é muito frágil em relação a vírus, qualquer mutaçãozinha do vírus mais ralé, vira uma perigosa arma mortífera podendo desencadear em epidemias. Até asteróides vindos do espaço trazem microorganismos neles que podem por em risco nossa população. Ao visitar outros astros, além da falta de oxigênio, o traje espacial também serve pra proteger em relação aos componentes químicos que existem em lugares diferentes dos nossos.

Se um alienígena quiser nos matar, basta trazer um simples vírus da gripe deles. Matará-nos instantaneamente e para eles dará apenas uma série de espirros. Temos em nossa história casos parecidos como os dos europeus que trouxeram doenças que não existiam nas Américas fazendo um massacre com os índios sem imunidade. Uma doença só é controlada quando temos anticorpos. Sem defesa, é fatal. O que um alienígena inteligente, como sempre supomos que estes seres são, faria? Mandaria várias bombas para espalhar o vírus na atmosfera e aguardaria. Quando mais de 80% da população morresse, ai sim invadiria com sua tropa já imunizada com anticorpos e vacinas. Seria a coisa mais fácil do mundo.

Só espero que o provedor de Marte não consiga acesso a este blog.

domingo, 25 de novembro de 2012

Mano demitido

Nesta Sexta-feira nós fomos surpreendidos com esta notícia de que Mano Menezes foi demitido sumariamente pelo Marin, presidente em exercício da CBF. Às 16:45 um colega do serviço entrou na internet e deu de cara com esta notícia de ultima hora, coisa que ninguém estava esperando, pelo menos não imediatamente. A imprensa foi pega de surpresa também, pois não houve aquela fritura tradicional com antecedência.

A demissão dele foi tão sem motivo. Já há muito tempo que Mano não estava fazendo um trabalho bom, dando uma péssima perspectiva de copa, uma apresentação humilhante em nosso próprio país. Perdemos para todos os adversários fortes que encontramos pela frente. Foi divulgado o número de 21 vitórias em 33 jogos, um aproveitamento excelente de 69,69%. Mas este número não condiz com a realidade. A seleção brasileira só ganhou de adversários medíocres pra baixo e perdeu de quem realmente importava.

A fama no Mano para com o público estava péssima. Fui ao Morumbi naquele amistoso do Brasil contra a África do Sul e a vaia foi imensa quando ele colocou o pé no gramado. Fiquei até com pena, ninguém quer ser vaiado em sua própria casa.

Mas o Marin não foi justo. A princípio, após Dunga, a orientação era de renovar a seleção convocando novos jogadores e foi exatamente o que o Mano fez. E quando se faz um time do nada, demora mesmo pra engrenar. O erro do Mano foi que demorou muito pra definir um time. Ele poderia testar jogadores no primeiro ano e meio inteirinho, mas depois deveria ter fechado um time e mandado bala.

O Mano deveria ter sido demitido antes das Olimpíadas, mas inventaram de levá-lo à Londres e seguraram mais tempo. Depois do fiasco resolveram continuar com ele, erroneamente. E o pior é que agora que ele estava finalmente definindo uma equipe e fechando o elenco e jogando bem, demitiram. É o cúmulo da incoerência. Deveriam demiti-lo quando estava jogando mal, não bem. O problema é que a demissão aconteceu muito próxima da Copa do Mundo e em cima da Copa das Confederações. O novo técnico vai ser obrigado a pegar o mesmo elenco e dar prosseguimento. Não há mais tempo pra testes.

Nas eliminatórias da copa do mundo de 2002 foi ainda pior que agora. Demitiram dois técnicos e contrataram o Felipão em cima da hora que não sei como conseguiu montar uma equipe campeã. Fizeram tudo errado e deu certo. Os dirigentes aprenderam errado e agora contam com a mesma sorte de antes.

O problema é que está difícil de achar um técnico novo. Uma seleção se reúne poucas vezes por anos e joga sem muitos treinamentos. Os melhores técnicos brasileiros atuais são excelentes em clubes onde treinam diariamente aperfeiçoando o time. Não sei se eles dariam certo. Mas tirando este aspecto clubístico, pra mim deveriam dar uma chance ao Muricy Ramalho, o técnico mais vencedor dos últimos anos. Felipão e Luxemburgo já tiveram suas chances na seleção e não apresentam a mesma qualidade de antes. Tite e Abel seriam pra depois de 2014 com o início de um novo trabalho. Mas do jeito que o Marin é inconseqüente, deve tentar apostar no técnico da massa, que é o Tite, pra ficar de bem com a torcida, infelizmente. Espero que não, pois o timão está voando em campo e não podemos mexer no que está dando certo.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Elefante Branco

Meus olhos se abriram para o cinema argentino depois que assisti “O segredo dos seus olhos”, filmaço reconhecido pelo Oscar de 2010. Desta vez resolvi conferir o “Elefante Branco” que tem o mesmo ator do segredo, Ricardo Darin, mas com uma história mais atual e real. Elefante branco é uma expressão que é usada para designar grandes prédios ou construções erguidas, mas que depois não servem pra nada e só ocupam espaço e criam problemas. Neste caso o prédio foi um projeto de hospital iniciado na década de 20 para ocupar o centro de uma favela em Buenos Aires e que nunca chegou a ser concluído por problemas políticos e de corrupção do governo argentino. Como virou um prédio semi pronto, sem acabamento apenas as estruturas levantadas e largado ao relento sem cuidados por muitos anos, acabou sendo ocupado por uma população mais pobre e também usado como ponto de uso de drogas. Nada longe da realidade brasileira.

Apesar de argentino, é uma história tipicamente brasileira que poderia ter sido filmada no Rio de janeiro ou mesmo em São Paulo onde passamos por situações idênticas. Quantas vezes vemos os sem teto invadindo prédios da prefeitura que estavam abandonados? Quase todo dia. E outra coisa parecida com nosso país é a história violenta da localidade. No Brasil existe um gênero tipicamente tupiniquim onde se tem a romantização da favela, os favelamovies. Quase como um western, só que na favela, com personagens típicos como o dono da boca, o favelado trabalhador e honesto, o cheira-cola, os miseráveis e pobres todos os estereótipos.

Neste filme argentino não se foge muito da mesma idéia de favela, mas diferente de um Tropa de Elite onde a polícia é a paladina da liberdade, neste filme o foco são em dois padres que tentam melhorar a qualidade de vida desta população carente. Assim como em Tropa de Elite, onde o capitão Nascimento, policial experiente, recruta um substituto mais novo, no filme argentino um padre antigo da favela tenta trazer o novato para assumir suas responsabilidades sociais em defesa dos necessitados.

É um choque para o padre mais novo adentrar neste ambiente, ainda mais porque ele tem sérias dúvidas em relação à atividade que escolheu. Um missionário tem um trabalho árduo e desgastante, mas que com certeza encaminha para um lugar mais iluminado. Eles dedicam sua vida em prol dos outros, abdicam de muita coisa de viver sua própria vida, enxergam como um trabalho dado por Deus, uma missão na Terra para ser desempenhada. Tenho grande admiração por estas pessoas na vida real como a Zilda Arns e Dorothy Stang, ambas mortas desempenhando seu trabalho.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Puro Altruísmo

O puro altruísmo é aquele feito por pessoas que realmente te ama incondicionalmente com sua mãe, que quer ver seu bem independente de qualquer coisa. Já na sociedade é mais raro, mas tem muitas atividades de caridade que se aproximam disto como trabalhos voluntários e doações. Sempre o ser humano pensando em fazer o bem simplesmente por saber que aquilo é a coisa certa.

Existe um episódio do seriado Friends que eles discutem sobre isto. Phoebe acredita que um altruísmo 100% não existe. Ao fazer algo para uma pessoa, você acaba se sentindo bem pelo fato, então de certa forma, mesmo que inconsciente, a gente estará fazendo o bem pra se sentir bem também. Não seria apenas dar algo sem receber nada em troca, pois algo está retornando para ti. No episódio, Joey tenta ao máximo dar exemplos onde não conseguiu retorno de seu altruísmo, mas sempre cai na mesma armadilha de que se sentiu bem em fazê-lo.

Lembro de um fato que eu fazia, em relação às mulheres, que era um altruísmo bobo e que pode se encaixar nesta descrição. Deixa-me explicar a situação.

Existem mulheres bonitas e feias tanto quanto chatas e legais. As bonitas, apenas por isto, sempre recebem mais afeto e consideração sendo legais ou não. Vale-se desta qualidade pra sair na dianteira em relação á feia. Já uma mulher feia pode ser uma pessoa legal ou não. Se for chata, será o puro demônio com duas características péssimas. A forma de se sobressair e de chamar atenção é ser uma pessoa legal e agradável. Mesmo sendo legal, a sociedade é cruel e a trata pior do que a bonita chata. A feia legal se arruma, se cuida e trata todos muito bem e ainda fica atrás da bonita chata para uma boa parte das pessoas. Fico triste com a situação. Uma chata é uma chata e ponto, não importa se é bonita ou não. Em ordem de classificação de importância as duas legais deveriam ficar na dianteira e serem mais valorizadas no mercado.

Então quando eu via uma mulher feia, mas simpática e que visivelmente tentava agradar as pessoas se vestindo bem, se maquiando e tentando passar uma boa imagem pra diminuir o hiato entre a bonita e ela, eu ficava solidário à sua causa. Eu, no fundo, queria que ela obtivesse sucesso com seu esforço. Não era justo se produzir toda e não ser notada pelos homens, sendo que a bonita não faz nada e é olhada. Em um ato de puro altruísmo eu olhava para ela e dava a entender que eu reparara em sua beleza, mesmo que eu não tivesse a intenção de ficar com ela. Uma mulher feliz é aquela que é admirada por muitos homens e que escolhe ficar com apenas um. Eu a admirava para me juntar ao outros e com isto aumentar a quantidade de olhares sobre ela. Não daria em cima dela, apenas olharia para que se sentisse bem. Sabia que ela acabaria ficando com algum cara e que ficaria feliz em ver mais olhares de desejo. Eu fazia apenas para vê-la feliz.

Fiz muitas vezes isto e já reparei no sucesso da minha intenção. Vale a pena. É uma coisa boba e sem fruto concreto, mas interessante no contexto sociológico.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

De novo assaltado, agora no ônibus

Ando sonhando muito que estou sendo assaltado. Ainda reflexo do roubo que tive do meu celular. Desta vez sonhei que estava viajando pela Bahia e estava preocupado com a violência. Em determinado hora eu resolvi entrar em um ônibus que havia parado naquele momento no ponto. Quando coloquei o pé no primeiro degrau para subir e olhei para cima, vi que lá dentro tinha um homem com uma metralhadora ou espingarda. Não sei qual, mas era parecida com aquela que o Arnold Schwarzenegger no Exterminador do Futuro 2 usa quando está andando de moto. Além disto, há um movimento estranho e gritos dos passageiros. Na hora saquei que estava acontecendo um assalto no ônibus, desisti de subir e me direcionei para outro lado.

Quando me afastei a uma distância boa fiquei olhando impassível sem saber o que fazer. Vi um policial andando tranquilamente a cavalo, uma polícia montada e tentei alertá-lo. Mas ele me ignorou como se eu não existisse. Passou ao lado do ônibus sendo assaltado sem nada fazer nem perceber do que estava ocorrendo. Deu aquela sensação de impotência.

Depois disto, eu tinha que subir uma rua, mas no caminho tinha uns caras estranhos descendo do ônibus em frente e eu pensei que poderiam ser os assaltantes. Fiquei observando. Eram da torcida do São Paulo e eles tiravam de dentro do ônibus grandes malas. Não sabia se aquilo fazia parte do roubo, se tinham armas dentro. Mas depois de certo tempo concluí que não eram os bandidos que pensei que fosse apesar da má aparência e mal encarados.

Subi a rua passando através deles, que não me fizeram nada. Logo depois vi três sujeitos descendo a rua, também bem feios como os que eu havia encontrado, mas pensei se tratar de apenas transeuntes mesmo com certo receio. Não tinha como desviar, então continuei como se nada estivesse acontecendo. Foi só o primeiro chegar que me atacou e já foi tirando meu celular. Não eram os mesmos do ônibus, mas outros bandidos de rua. Eu fiquei revoltado com a situação, mas eles não estavam nem ai e levaram meu celular e me deixaram o MP3.

Depois de ter sido surrupiado, voltei pro hotel. Tomei um banho de banheira meio esquisito e fui pra praia encontrando um conhecido. Comentei que tinha sido assaltado e como nada tinha de dinheiro, perdi o relógio. Reclamei dizendo que tinha caras que iam à praia com bastante dinheiro gastando uma nota, com rolex no braço e nada lhes acontecia. Mas com pobre, acontecia. Ele concordava comigo. Acordei.

Sonhar com assalto tem a ver com minha experiência pessoal de ter passado por isto recentemente. Mas lendo na internet diz que se eu fui assaltado, diz pra ter cuidado com gastos imprevistos que possam surgir ou negócios que possam correr mal, mesmo problemas em risco. Já em outro site, ele acha que ser assaltado é de que informações importantes chegarão até você e o ajudarão a resolver problemas sérios. Ou seja, eles não se entendem.

sábado, 17 de novembro de 2012

30º Bienal de Artes de São Paulo

Quando um evento tem grande período de exposição, eu sempre relaxo e deixo pra outro dia visitar. Os primeiros dias são sempre muito cheios com a gente que adora novidade e que querem ser os primeiros a desfrutar daquilo. Não tenho esta pretensão de dormir na porta pra ser o primeiro a ver um filme ou uma exposição, uma bobagem a meu ver. Eu quero ir, simplesmente, não importa o dia. Mas quando tem muito tempo a gente acaba esquecendo. Ontem por acaso olhei para uma notícia e vi que ela se encerraria em um mês. Fui correndo pra conferir, adiar mais seria correr o risco de não ver ou de ver lotado nos últimos dias.

Depois de conferir a bienal, concluo que mais de 50% das obras expostas não é arte. Não tem nada de artístico em minha opinião. Tudo bem que é arte moderna e esta cheio de maluco querendo achar alguma coisa poética por trás de uma tonelada de terra jogada em um canto do prédio, mas na minha cabeça isto não entra. Existem obras que exigem muito da nossa boa vontade. Uma lata de tinta com um pedaço de madeira no topo e em cima um cabide retorcido. Em outra sala tem uns 20 colchões de criança usados e rasgados grudados nas paredes, e só isso. Em outro ponto tem uma grade que usamos como corrimão para descer as escadas, toda retorcida. Beleza, ta ótima pro ferro velho.

Acho que existe um excesso de vídeos sem noção. Cheguei a assistir alguns por um bom tempo e a maioria não acrescenta nada. Só em uma sala que tem três vídeos simultâneos onde mostra desgraças que achei legal, mas igualmente dispensável.

Não que eu seja retrógrado e não consiga ver o valor artístico. Sei que a gente tem que ter olhos diferentes para uma exposição dessas. A arte moderna contemporânea é isso mesmo. O artista faz uma maluquice da cabeça dele, meio sem noção, torcendo para que o produto final seja algo inovador e revolucionário. Um artista assim, a cada 10 obras, 9 são merdas e acaba acertando em uma delas. Os problemas são as outras 9 que não significam nada.

Em meu passeio na bienal observei que existiam muitos monitores acompanhando grupos e fazendo pequenas explicações das obras e cheguei a ouvir alguma delas. Eles se esforçam muito para extrair algo de bom de um pedaço de ferro retorcido. Eles conseguem achar uma idéia transcendental através de uma coisa que para os leigos é apenas gravetos no chão. Cheguei à conclusão que para expor na bienal, não precisa ter uma obra artística boa, apenas uma excelente história para explicar o que você fez. Se eu quiser, faço um risco com o giz no chão e escrevo umas dez páginas explicando o que significa aquele risco no chão. Se a minha explicação for boa, esta aprovado! Sou um artista.

Em minha opinião a obra tem que se explicar por si só. No máximo no máximo podemos ter um complemento da intenção oculta de algum artista. Mas pelo menos uns 50% tem que ser obvio. Se precisa de um monitor pra explicar porque o autor fez aquela coisa, pra mim já perde o valor. Embora tudo isto que falei, a bienal é um bom programa para se visitar no final de semana com amigos e conhecer coisas novas. Levei quase quatro horas pra ver tudo de uma tacada só, bem cansativo. Você não vai gostar de muita coisa, mas de outras sim, é a vida.

Pavilhão da Bienal – Parque do Ibirapuera
Datas: 7 de setembro a 9 de dezembro de 2012
Horários: Terças, quintas, sábados, domingos e feriados das 9h às 19h
(entrada até 18h); quartas e sextas das 9h às 22h (entrada até 21h)
Entrada Franca

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Camille & Rodin

A princípio não imaginava que esta peça seria de fácil digestão por ser uma história antiga e clássica, mas me enganei. O melhor de tudo foi ter conhecido a história do romance entre Camille Claudel e Auguste Rodin que eu não conhecia, além da montagem de um texto onde privilegia a atuação dos atores.

Auguste Rodin eu já conhecia bem seus trabalhos artísticos, é um artista bem conhecido e respeitado. Já Camille Claudel não. No passado, acredito que aconteça hoje em dia também, mas bem menos freqüente, grandes artistas tinham aprendizes e ajudantes de suas obras. Todos tinham. Havia uma garota com grande talento que sonhava em trabalhar e que foi convidada por Rodin para ajudar em suas esculturas. Os dois acabaram tendo um grande romance, mas como Rodin já era casado, Camille sempre foi a amante que sonhava em ser a titular. Rodin nunca deixou sua esposa, mas também amava sua discípula.

Como acontece com todos os amantes, eles anseiam por mais amor, mais atenção e sempre sofrem por ser a segunda opção do parceiro. Camille Claudel era apaixonada por seu mestre e amante ao mesmo tempo em que tinha um grande talento. Suas obras seriam veneradas se não fosse o preconceito do povo na época, do fato de ser mulher e de trabalhar para Rodin que levava todos os créditos das obras que ajudava. Ela chegou a fazer trabalhos próprios, mas não obteve o sucesso que merecia. Ela sofria tanto na parte amorosa quanto na profissional, levando-a a um desespero terrível e uma crise de identidade. Sua história de vida é muito forte. Assim que cheguei em casa já fui pesquisar sobre esta artista e vi que a história da peça é verídica. É um caso de amor clássico atemporal que desde sempre existiu na história da humanidade, existe e existira no futuro.

A produção da peça é ótima e os atores desempenham uma excelente representação. É uma das melhores peças que assisti neste ano. O texto foca mais nas discussões entre os personagens fazendo o expectador se identificar com eles mais facilmente. Olha, pela qualidade do conjunto da obras (produção, texto e atores), está muito barato.

Apesar de Rodin ser mais famoso, a verdadeira personagem da peça é mesmo Camille Claudel. Suas obras solo mostram seu coração ferido e sua necessidade de um amor que nunca daria certo. Olha só que beleza de escultura dela, abaixo, onde mostra claramente como ela se sentia. Um casal indo embora, seu amante e sua esposa e deixando-a sozinha. Lindo.

Masp
Avenida Paulista, 1578 - Bela Vista - São Paulo - SP
Sexta e sábado, 21h; domingo, 19h30.
Sexta: R$ 20,00
Sábado e domingo: R$ 30,00

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Luzes do Norte

O MASP está com várias exposições atualmente, mas uma das primeiras que temos contato quando adentramos ao prédio é Luzes do Norte, Renascimento Alemão, trabalhos vindos direto do Louvre produzido por artistas do século XV e XVI. Me dá muito prazer em ter contato com a arte européia aqui no Brasil, mesmo que pouca.

A mostra é dividida em três atos: antes, durante e depois do período de Albrecht Dürer, divisor de águas do renascimento nórdico. Muitos dos primeiros desenhos expostos no período de antes de Dürer são bem pequenos, mas com uma quantidade de detalhes impressionante. Lembrou-me bastante do filme “O Ultimo Portal” em que o Johnny Depp é um escritor procurando a autenticidade de um antigo livro. Neste livro existem gravuras que se parecem com esses trabalhos expostos. É, em geral, a vida na corte, nos castelos com uma mistura de fantasia já que colocam animais, feiticeiros junto com espadachins e reis. Em algumas gravuras vemos um castelo completo e o que está acontecendo em cada ambiente com grande detalhismo. Em outros desenhos podemos ver movimento nos desenhos, pois parece como uma história em quadrinhos sendo contada através dos personagens.

Fiquei com muita vontade de tirar fotos de alguns trabalhos, mas no MASP é expressamente proibido. Não consigo entender porque não podemos tirar fotos, não há explicação plausível. Se fosse por causa do flash, era só tira-lo e ai sim realizar o registro. Se fosse por causa de direitos autorais, até entenderia, mas consultando o são Google podemos ver TODAS as gravuras, fazer download e tudo. Por que proibir de tirar fotos sendo que tudo já está na internet?

Outro observador pode perguntar pra mim então porque eu quero tirar fotos sendo que tudo já está na internet, não sendo necessário mais um registro da obra. Respondo que a fotografia tem um caráter pessoal onde registramos uma experiência, não é apenas uma cópia da imagem. Se fosse pensar assim, porque iríamos até o museu se temos a foto no computador. Queremos ter esta experiência in loco e guardar uma foto mal batida, mas que é um registro da experiência do momento. Isto me aborrece muito, mas o MASP não é o único que faz isto. A maioria proíbe sem motivo. Talvez queiram se autopromover.

A mostra fica até 13/01/2013 no 2º andar do MASP. Algumas fotos abaixo que eu não consegui tirar:

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Corrida de Quadriciclos

Hoje meu sonho foi com uma corrida de quadriciclos, bem radical, mas do início até a conclusão passou por muitas diferenças de cenários. Começou quando eu cheguei ao local da corrida e tinha que fazer a tomada de tempos, como os treinos, onde seria formado o grid de largada. Mas o lugar onde correríamos era ridículo, não era um circuito, mas sim uma sala enorme e com uns carrinhos sem roda. A gente tinha que empurrá-los de uma parede à outra e quem fizesse em menor tempo largaria em melhor posição. A sorte era que o piso estava escorregadio, então empurrávamos os carrinhos e eles iam deslizando de uma parede a outra. Fizemos diversas vezes até falarem que o período acabou.

Então se começa a corrida. O cenário muda completamente. Não fica num autódromo com um número de voltas pré-definido, mas é uma corrida onde teríamos que correr do ponto A ao ponto B como o rali Paris-Dakar, bem estilo off-road. A largada seria num estádio fechado e existia uma grande torcida, estava lotado. Os carros eram todos quadricíclos estavam enfileirados no grid de acordo com o meu desempenho na classificação e eu não estava enxergando a minha posição. A maioria dos pilotos já estava nos seus respectivos carros. Fui passando e contando pra saber onde sairia, mas tinha muito mais caros do que nos treinos. Acho que eu contei uns 15 carros até chegar ao meu e eu não estava nem na metade. Devia ter mais de 50 carros. Posicionei-me logo depois da Jandira, colega de serviço, que me cumprimentou alegre. Vi também umas duas posições atrás o Helton, um antigo colega de serviço que não tenho mais contato.

Perguntei a outro piloto quanto que era o prêmio da vitória e ele disse que o primeiro colocado levava três milhões. Impressionei-me. Fiquei já m imaginando ganhando o tal prêmio, sonhando em se tornar o milionário. Então voltei a me concentrar na corrida. Teve a largada e foi aquela confusão de carros. Mas não conhecia nada do percurso e praticamente fui seguindo os líderes e fazendo o que eles faziam. Parecia uma gincana, pois não era apenas correr e ver quem era o mais rápido, mas tinha que subir umas escadas, pegar um item lá no andar de cima e descer e outras coisas.

Uma hora subimos com os carros por uma escada com degraus compridos que foi relativamente fácil. Mas na descida o líder soltou o quadriciclo pela escada e desceu escorregando sozinho por um poste ao lado. Pensei que fazia parte da regra, então fiz o mesmo. A descida pelo poste não foi tão fácil como eu os vieles fazendo. Quase cai, mas me segurei e desci devagar. Quando cheguei lá embaixo vi meu carro caído de lado como se ele tivesse despencado lá de cima e não descido suavemente pela escada. Arrependi-me de ter feito isso. Fiquei pensando que o líder não fez aquilo porque se tratava de uma regra da corrida e sim porque queria ganhar tempo na descida. Ele estava desligado e quando dei partida e acelerei, ele não andava direito, estava muito lento. Era terrível, parecia que tinha quebrado. Um dia aconteceu isto comigo quando andei de kart há alguns anos na vida real.

Resignei-me e continuei o percurso lento esperando que o carro melhorasse a desempenho. Então no caminho encontro meu irmão estirado no chão como se tivesse sofrido um acidente. Ele estava virado pra cima, mas com o pé dobrado. Desci correndo e perguntei se ele estava bem. Ele me respondeu: “Não muito”. Então fui com cuidado e tentei levantá-lo devagar e continuei perguntando o que tinha acontecido, mas ele disse que nada aconteceu. Alguns segundos depois ele levantou sozinho e aparentemente não tinha sofrido nada. Voltei ao meu quadriciclo e segui. O carro parecia estar melhor um pouco, mas eu acompanhei meu irmão até uma parte onde tinha lama e tinha uma mini-cachoeira e um riozinho onde passávamos com os carros. Então meu irmão me mostrou umas esculturas no barro que ele tinha feito. Algumas estavam bizarras, mas outras estavam bem feitas, uma parecida com a esposa dele e outra com o filho. Ele tinha desistido da corrida pra ficar brincando na lama. Achei muito estranho, perguntei por que estava fazendo aquilo e ele só me respondeu que tinha vontade. Tinha várias cabeças de barro e uma delas era um monstro. Ao lado da pista/água tinham vários torcedores e comentei com um que aquele monstro se parecia com um filme de terror que eu havia visto muito tempo atrás. Então eu e mais dois torcedores ficamos tentando descobrir qual filme era. Cada um chutava um filme de monstro, mas não era exatamente aquele. O sonho acabou sem desfecho. Só agora posso dizer que se tratava do filme “Os fantasmas se divertem”.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Empréstimos a amigos

Sempre quando envolvemos algo de valor ou dinheiro em alguma relação, as chances de acontecer algo errado são grandes. É muito delicada a situação. Quando fazemos movimentações financeiras no banco, aplicações, empréstimos, financiamentos, precisamos ter cuidado redobrado. Mas o pior mesmo é quando acontece em relações afetivas.

Pedir empréstimo a um amigo é a melhor forma de perder sua amizade. Porque antes do fato, são amigos, se gostam e se divertem sem qualquer explicação, apenas pelo fato da pessoa ser quem ela é. Assim que alguém pede dinheiro, a situação muda, pois temos que pensar se essa pessoa é tão amiga assim da gente. Se for só um conhecido legal ou um colega de serviço, pensaremos duas vezes antes de entregar nosso suado e poupado dinheiro para ele.

Mas chegando a conclusão que é seu amigão, a gente tem que decidir se empresta ou não. Se você não empresta, você é um filho da puta egoísta e traíra. Na hora que ele mais precisou de ajuda, você dá as costas. Mas se você decide emprestar o dinheiro, a confiança está sendo testada. Vamos ver se ele é de confiança. Nessas horas tem que ser o mais profissional possível, mesmo se tratando de uma pessoa querida. Tem que se estabelecer um plano de pagamentos e um prazo para a devolução total. E tem-se que ver a capacidade do cara em restituir a grana, o risco envolvido. Ele está trabalhando? Se estiver desempregado, como vai conseguir lhe pagar de volta? Ele só vai estar liquidando uma dívida com outra pessoa e transferindo para você.

A partir deste momento, toda vez que eles se encontrarem o cara que emprestou vai ficar um pouco amargurado olhando para seu amigo e vendo um caloteiro em potencial, alguém que já está demorando pra pagar e começa a não gostar tanto dele assim. Já o cara que pegou o empréstimo, vai olhar para seu amigo e também se sentir diminuído por ter se sujeitado a esta situação humilhante de pedir dinheiro, ficar com aquela culpa da dívida na cabeça toda vez que passar do lado dele. Vai começar a evitar o encontro pra não se lembrar do dinheiro.

O pior mesmo é se passar os dias em que teria que devolver o dinheiro e ele não aparece ou dá alguma desculpa, por mais que seja justa. Está ai o começo do fim de uma amizade. Tudo aquilo que antes tinha um significado se esfacelará pelo chão. Mesmo que depois de muito tempo o infeliz pague a dívida, a relação nunca mais voltara a ser como antes. Talvez até continue amigos, mas nunca mais o primeiro vai confiar no segundo.

É uma situação muito difícil. Depende da relação que vocês têm e do nível e confiança. Acho que é ai que vemos quem realmente é nosso amigo, pois eu só emprestaria dinheiro para quem eu confie totalmente. Este sim é meu amigo de verdade. Em relação aos outros, apesar da amizade, tenho certas desconfianças. Nessas horas vemos que nossos verdadeiros amigos são menos do que os dedos de uma mão.

domingo, 11 de novembro de 2012

Líbano – Lebanon

Mostra Internacional de Cinema – TV Cultura
Israel, França, Líbano e Alemanha, 2009.

Animado com a última mostra de cinema que passou por São Paulo, resolvi estender a procura por filmes estrangeiros fora do eixo comercial das redes cinematográficas do Brasil. Nesta 36º Mostra Internacional de São Paulo consegui assisti 6 filmes sendo que o melhor que vi foi Camp 14. Já coloquei na minha lista para tentar achar os vencedores do festival, mas na internet já vi que está bem difícil. Eu já sabia que existia um programa da mostra na TV cultura, mas nunca tinha parado para assistir seus filmes. Toda semana, as quartas, é exibido um filme internacional no mesmo estilo da mostra e eu resolvi assistir “Lebanon”.

A história se passa durante a primeira guerra do Líbano em 1982. Um grupo de 4 jovens soldados israelenses depois de passarem por um treinamento são enviados a uma zona de disputa para comandar um tanque de guerra. O ponto de vista do expectador é o olhar do artilheiro do tanque que observa seus alvos através de uma mira. Cada um no tanque desempenha uma função como o piloto, o cara que reabastece e o comandante, mas o artilheiro que desempenha a pior função: a matança. É um moleque recém saído do treinamento que nunca matou ninguém e vê o horror da guerra na frente. O diretor nos coloca no lugar do próprio soldado, experimentando seus medos a todo o instante.

Além da violência que participa, o grupo de soldados dentro do tanque está totalmente por fora do que está acontecendo fora, não sabe aonde tem que ir, contra quem está guerreando, eles simplesmente obedecem às ordens vindas de um rádio e depois de um comandante da infantaria que tem mais informações, mas não repassa a eles. Os soldados rasos não precisam saber todos os objetivos das tropas, só precisam guerrear e saber para onde apontar o fuzil. Mas se formos pensar bem eles até tem razão. Caso forem pegos e subjugados, não poderão contar os segredos da tropa nem sob tortura já que não sabem realmente o que se deve fazer. Mas a falta de informação causa um vazio terrível de se sentir perdido em plena guerra e ser apenas uma marionete, um joguete nas mãos de um comandante que pode ou não saber o que está fazendo.

Na guerra não existe certo ou errado. Lá acontecem as piores atrocidades possíveis, coisas que desconhecemos aqui fora. Numa guerra eles estão protegidos pelo anonimato, estão dentro de uma grande bolha sem contato com o mundo exterior e só um objetivo importa: a derrota do inimigo. Civil são baixas aceitáveis. O desrespeito à integridade das pessoas acontece o tempo todo. É um choque mesmo pra quem nunca viu uma guerra assim tão próxima e o diretor é bem sucedido em transmitir o sentimento. Muito bom filme. Se estivéssemos na mostra de São Paulo, daria uma nota 4.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

007 Skyfall

Sempre somos reféns da expectativa produzida antes do fato. Se não temos nenhuma expectativa e recebemos um bom produto, ficamos felizes. Já se esperamos uma grande coisa e o que é mostrado não é tão legal quanto achávamos que fosse, consideramos ruim mesmo que seja bom. Gosto muito dos filmes do 007 e achei os últimos dois filmes com o novo ator Daniel Craig muito bons. A minha expectativa era alta. Eu achava que ele estaria no mesmo nível de Quantum of Solace, o último filme, mas que não conseguiria ser melhor que Cassino Royale, que foi um filme excelente. Ou seja, minha expectativa já era mais ou menos alta. Pois bem, o que eu encontrei foi um verdadeiro arrasa-quarteirão, um filmaço! Há muito tempo não vejo um filme de ação tão bom quanto o que eu vi nesta noite, impecável.

O diretor Sam Mendes subiu muito em meu conceito. Ele fez um grande filme que respeitou muito do que James Bond representa. Fotografia excelente, montagem, cenas de ação muito bem executadas. O filme é alucinante, tem ação do primeiro ao último minuto te deixando com o coração na mão o tempo inteiro. Não tem nenhuma cena desperdiçada, todas são importantes para o filme. Fiquei muito satisfeito com o resultado e vale o ingresso!

A história do Skyfall é a seguinte: um espião rouba um HD contendo o nome e os disfarces de todos os espiões britânicos espalhados no mundo. Com esta informação os bandidos podem localizar e eliminá-lo. James Bond é responsável por resgatar este HD. É a trama básica, mas claro que a história dá um milhão de voltas. Já ouvi falar que esta nova saga de Daniel Craig, diferente dos demais intérpretes do personagem, é um reboot. Então ele recriará todos aqueles personagens característicos da franquia original como o M, o Q, a Moneypenny, o carro Austin Martin e os mais tradicionais locais e gadgets que ele usa. É um resgate do Bond original numa roupa do século 21.

Uma das críticas que pode se fazer, não do filme que é perfeito, mas do personagem, é que ele hoje tem menos elementos do James Bond original de Sean Connery e do próprio Ian Fleming e é mais parecido com o Bourne do Matt Damon. É verdade, eu concordo. O Daniel Craig é bem diferente do estilo pomposo do Roger Moore ou do Pierce Brosnan. Pra mim ele é mais parecido com o Jack Bauer e com o próprio Bourne. Não é mais aquele engomadinho das festinhas de gala, apesar de ele fazer isto no filme atual. Ele é mais rústico.

A Bond girl é lindíssima. Bérénice Marlohe tem uma beleza misteriosa e exótica, ela deve ter certa descendência árabe pra dar um tom de pele mais queimadinho que a deixa muito sensual. Mas o mais chamativo é o olhar hipnotizante e penetrante. A conversa que ela tem com o Bond no cassino é muito boa, dá vontade de agarrá-la ali mesmo na hora.

Já Javier Bardem faz novamente um excelente vilão. O cara foi feito pra fazer vilão. Em uma parte do filme pensei que os roteiristas tinham recriado aquele vilão clássico de antigos filmes do 007, o jaws. O Javier Bardem é grandão e tem uma cara meio desproporcional, um pouco parecido com Richard Kiel que era feio pra cacete. Uma pena, mas não tem nada a ver. Criaram um novo personagem mesmo.

Não tem aquela abertura tradicional do Bond andando e dando um firo na câmera, mas na verdade nem senti falta viu. Foi até melhor pra não cortarem nenhuma cena das que viriam a seguir. E a música tema é cantada pela Adele que se saiu muito bem, mas ficou longe das melhores músicas dela. A Adele tem uma puta voz, poderia ter composto uma música que usasse seus dotes vocais pra deixar uma boa impressão. Não foi o caso, mas mesmo assim a música é boa. E a abertura que acompanha a música é excelente, acho que vai virar o clip dela. Enfim. É um filme que precisa ser visto. Precisa ser visto! É muito bom!

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

A presença incômoda

Como envolve pessoas reais, devo mudar nomes e situações. Tem duas pessoas no serviço onde uma é minha amiga e a outra é uma pessoa desprezível da qual eu tive uma briga. A primeira é a Paloma e a segunda é o Alberto. Esse cara é uma pessoa bem arrogante que fazia pouco caso de todos até que as pessoas que ele tratava mal viraram as costas para ele. Pouco a pouco caiu a ficha e ele agora é todo bonzinho com novos funcionários que chegam e que não sabem de nada e é frio com os demais.

Tive dois sonhos com o mesmo fato em duas noites diferentes. No primeiro combinei de ir à praia com amigos e ele estava junto, para azar meu, sempre vigilante com aquela cara séria de ódio que guarda em relação aos antigos colegas, mas tratando com palavras neutras para não incitar brigas. Só a presença do Alberto já incomoda e causa desconforto, não se pode focar em nada que a gente sabe que lá atrás ele estará espiando e tomando notas mentais para serem usadas contra você. Um inimigo interno, um lobo com pele de ovelha tramando planos diabólicos e só você sabe o que esta ocorrendo. Os outros, bestas, se divertem na praia como se nada estivesse acontecendo.

Hoje tive quase o mesmo sonho, sendo que desta vez eu convidei apenas a Paloma para ir. Sem que tivesse tempo de avisar, a Paloma também convidou o Alberto para ir de modo público onde eu não poderia recusar na frente de todos e é claro que o cretino aceitou, sempre com aquela expressão de poker face do inferno. Lá vamos nós no carro descendo a imigrantes e rumo ao litoral paulista de carro, com chuva fraquinha quase um sereno e neblina, já prenunciando o péssimo final de semana que eu teria. Ele levou duas revistas para ler na viagem sendo que uma era sobre contabilidade, revista que acho que nem existe na vida real. Chegamos e percebemos que o quarto de entrada do apartamento está meio bagunçado. Então eu tentei melhorar um pouco guardando alguns objetos espalhados para que abrisse um pouco de espaço nos móbeis para guardarmos nossas mochilas. No primeiro lugar que abri espaço na estante, o Alberto já esticou o braço e colocou suas revistas em cima, começou minha tortura psicológica. Foi um ato simples, mas vindo de quem veio e já com um histórico de ódio, na hora já encarei como uma afronta. Paloma que estava junto, toda feliz, também estava procurando um lugar onde por as coisas e como ela é baixinha e só tinha espaço no topo da estante, eu a levantei pela cintura para por as coisas no topo. Ela se assustou e demos risada. Foi um momento alegre, o único, do sonho.

O sonho se seguiu dando saltos sem se ater a detalhes, mas sempre que íamos à praia conversando, lá estava ele vigiando com aquela cara séria de sem expressão como um morto ambulante, um zumbi, sem emitir nenhuma opinião e dando respostas neutras apenas quando era perguntado algo diretamente. Mas nunca invadindo um assunto nosso para participar da conversa. Parecia um policial que estava do lado e nós querendo cometer um delito. Deve ter sido um espírito bem incômodo que me visitou à noite, mas não sei se ele era ruim ou apenas estava me repreendendo por alguma atitude.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

50 anos a Mil - Lobão

Eu sabia que a vida do Lobão seria muito louca, por isso resolvi ler sua biografia, mas não sabia que o cara era tão autodestrutivo assim. No final cheguei à conclusão de que ele era o cara errado na hora certa e na situação certa. A sorte sempre sorriu pra ele e ele sempre mandou ela tomar no cu.

Sua vida musical começou quando entrou na banda de rock progressivo Vímana tocando bateria junto com Lulu Santos e Ritchie. Nomes que fariam bem mais sucesso solo anos depois. Patrick Moraz, tecladista do Yes e demitido da banda vem para o Brasil e decide convidar o Vímana para formar o Yes brasileiro. O Vímana era uma banda iniciante e independente atrás de uma gravadora e tinha recebido uma proposta para assinar um contrato com uma e gravar discos, mas com o convite do Moraz eles resolvem desistir do Vímana. Esta foi a primeira vez de muitas que o Lobão tomou más decisões na vida. Moraz trouxe um músico com ele e demitiu Lulu Santos e foi o fim definitivo da banda. O álbum nunca saiu.

Depois de recusar um ótimo contrato, o que era imprescindível para uma banda existir naquela época pré internet, a vida novamente lhe dá uma grande chance. Ele se junta com Evandro Mesquita e a Fernanda Abreu funda a banda Blitz, grava o primeiro disco e por motivos que são explicados no livro pede demissão e sai antes do grande sucesso que eles atingirão. Em seguida lança seu primeiro disco solo, o Cena de Cinema. Mas numa tarde em que tem divergências com os produtores da gravadora, ele resolve destruir a sala de um dos diretores. Como retaliação a gravadora retira todos os discos das prateleiras e coloca-o na geladeira. Mais uma vez ele da um chute na bunda da vida.

Por causa de diversos problemas pessoais ele tentou se matar pelo menos umas duas vezes, que eu me lembre agora depois de ler o livro. E este comportamento herdou de seus pais, pois tanto sua mãe como seu pai também se mataram em épocas e motivos diferentes. Sua mãe tem uma história muito louca, era bipolar e também tentava se matar de vez em quando. Tem uma história de um quase incesto entre eles que é apavorante. Lobão conta detalhes da sua vida que ninguém gostaria de escrever, são certos detalhes da sua infância que uma pessoa normal preferiria não relatar no livro e ocultar, mas ele conta, como por exemplo, uma briga que teve com seu pai onde chega a espancá-lo com sua guitarra na época.

Ele sempre teve uma personalidade explosiva, mas ao mesmo tempo é carismático fazendo alguns adorá-lo e outros odiá-lo. E ele alimentava esses sentimentos. Tanto é que foi condenado a 1 ano de prisão e passa alguns meses no xilindró, quando grava um dos álbuns de maior sucesso “Vida Bandida”.

O livro tem tantos detalhes e acontece tanta coisa importante para o rock nacional e para a própria indústria fonográfica que não dá pra contar tudo em um texto. Ele conta sobre a grande amizade que teve com Cazuza, coisa que foi excluída do filme, conta do plágio que vive tendo do Herbert Viana e também da guerra que travou (e ganhou) contra as gravadoras pela numeração dos CDs vendidos. Além disso, relata como foram os bastidores das gravações de 19 discos e o lançamento de uma revista para revelar 25 bandas iniciantes que fizeram sucesso depois. Ele sempre foi um cara ativo e que já deixou sua marca na música brasileira. Impossível deixar de falar sobre o que Lobão deixa de legado. Depois de ler o livro vou procurar ouvir cada cd que lançou e compará-lo com a época em que foi realizado, pois a cada cd ele estava passando por momentos muito conturbados em sua vida que refletiam em sua obra. Para ouvir bem um cd tem que ler o que se passava na época para ter um entendimento melhor da obra do artista. Se você quer ler uma biografia, este é o livro a ser lido.

sábado, 3 de novembro de 2012

De Mala e Cuia no Trem do Riso

Peça de humor, quase como um monólogo de Luiz Sander que já esteve em vários programas de televisão mostrando sua dança e seus personagens. No começo da peça eles até passam trechos de entrevistas que ele deu no Jô Soares, na Ana Maria Braga e em outros programas famosos. Nunca o vi na vida apesar de aparecer constantemente na televisão.

No início da peça fiquei um pouco receoso de que seria uma hora de tortura, pois começa com umas piadas muito ruins e já comecei a olhar para o relógio vendo o quanto iria durar. Entretanto logo em seguida ele muda de personagem e este novo tem umas piadas muito boas que me fizeram dar risada. Este comportamento se seguiu em toda a apresentação, ele apresenta um personagem chato e logo em seguida um personagem legal até o final.

Além dos personagens ele apresenta alguns passos e dança já que é outro talento dele. O que me fez refletir que a peça não é concisa, não tem uma unicidade nem nos mostra o que quer passar. O ator tem talento, reconheço. Mas acho que ele ainda não achou o modo de mostrar isto. Na peça ele mostra 3 características de seu talento: a caracterização de personagens como ator, o dançarino e o enterteniment ou o show man. Pelo que é apresentado, parece que ele é bem sucedido como dançarino já que treina vários famosos na arte. Como ator, considero fraco e tem que investir mais nisto. Já como “agitador” ele é muito bom. Tem uma cena que ele faz uma caracterização como um regente de uma sinfonia e usa todo o público para participar que é genial. Poderia investir mais nisto. Até me interessei em convidá-lo para animar a festa de final de ano lá no banco.

Mas quando se trata de uma peça, sou conservador. Quando vou ao teatro, quero me sentar e assistir uma apresentação do mesmo modo que sento no meu sofá e assisto televisão. Esta idéia dos atores interagirem com o público me incomoda muito. Não quero ser molestado enquanto assisto e me constrange quando o cara pega uma pessoa na platéia como Cristo e zoa ele até o final. Para o resto do povão pode ser engraçado, mas para o cara não. Eu mesmo senti vergonha alheia e ver o Rogério sendo zoado. Tudo bem que ele levou bastante na brincadeira e até se divertiu e ganhou uma camisa no final, mas não curto. Se eu quisesse agitar e interagir, iria num show de rock. Lá sim esperamos este tipo de comportamento. Lá seria uma ofensa sentarmos em cadeiras e assistir uma apresentação perfeita como se tivessem tocando um cd. Lá os erros fazem parte e a interação é requisito. Na peça de teatro não, com raras exceções. Talvez eu também não estivesse no clima no dia.

Apesar de alguns pontos negativos que citei, a peça não é ruim, dá pra se divertir. A galera que estava lá com certeza se divertiu, só eu que devo ser o ranzinza. E achei muito simpático do ator no final cumprimentar todos os expectadores na saída, um por um. Não é a primeira vez que vi, mas é raro hoje em dia.

Assisti no Teatro Ruth Escobar já no final da temporada, uma pena. Mas acho que ele pode voltar em outro teatro da cidade, a conferir.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Aquele querido mês de agosto

36ºMostra Internacional de Cinema São Paulo
2008 - Portugal

Este é o Segundo filme português que assisto na vida. Desta vez as atuações foram melhores do que o primeiro que assisti, entretanto a história peca em alguns pontos. O roteiro conta pequenas histórias de diversos personagens que vivem em uma mesma cidade. A primeira parte do filme é uma colcha de retalhos, cheio de pequenos trechos de historietas sem nexo ou conexão com a outra. Parece que existe um viajante imaginário que pula de casa em casa e filma o dia a dia dos personagens. Não existe uma linha mestra, uma história central que guia o filme.

É a primeira vez que vi várias pessoas abandonando a sala de cinema revoltadíssimas com um filme. São pessoas acostumadas com uma história básica e que depois de meia hora nada tinha acontecido de verdade na trama, apenas pequenos diálogos. Confesso que fiquei um pouco perdido, mas já estava preparado para isto. Ao assistir filmes alternativos de países sem tradição cinematográfica em mostras de cinema internacionais, a gente tem que se preparar para seguir outra linha de raciocínio, outro enfoque, outro ponto de vista, diferente andamento e um modo de fazer filmes diferente do norte-americano pipoca. Quem cai de pára-quedas esperando a sessão da tarde imagino que deve ter tido um choque de realidade e um banho de água fria.

O filme é bem arrastado e demora pra engatar. Depois de mais de uma hora a gente vai ligando alguns personagens e de repente percebemos que eles têm uma conexão um com o outro. A princípio pensei que eram pessoas independentes que nada tinham a ver e até achei que eram de diversas localidades de Portugal. Mais a frente vemos que se trata da mesma cidade olhada por diversos ângulos.

A história é recheada de músicas portuguesas e algumas brasileiras já os personagens trabalham com música ao vivo. Só na segunda parte do filme percebemos que o tiozão que canta aos teclados é pai da menina que canta no karaokê e que é meio namorada do rapaz metaleiro que toca guitarra em outra banda. Acho que as pessoas que saíram antes se tivessem esta conexão, ficariam mais pra ver o filme completo.

Achei também muito longo, duas horas e meia de filme. Estenderam a história até não poder mais e isto cansou um pouco, mas achei que tinha bastante público na platéia que ficou até o final mesmo com tanta gente saindo antes. Muito cansativo, mas não foi de todo mal. Existem várias partes onde vemos o modo de vida português e as reuniões familiares, o catolicismo sempre presente no dia a dia lembrando muito as romarias que acontecem nas cidades do interior do Brasil. São nossos irmãos de além-mar, somos descendentes diretos deste povo e ainda guardamos muito de seu estilo de vida mesmo nos dias de hoje.

Juntando todas estas ponderações, no final não tinha como dar uma nota boa, mas não achei uma porcaria. Pra mim, mereceu uma nota 2 (regular) de 5.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Não Quero dormir sozinha

36ºMostra Internacional de Cinema São Paulo
2012 – México

Este é o Segundo filme mexicano que assisto nesta mostra internacional de cinema e é melhor do que o primeiro. Conta a história de uma família de artistas. A avó foi uma grande atriz e hoje está esquecida e é alcoólatra. O pai está na crista da onda, é ator e diretor e está trabalhando no exterior e foi ele que comprou tudo pra sua filha, carro e casa pra morar. A vida está seguindo seu curso quando a avó sofre um acidente devido à bebida e a idade. Como pai está a muito longe de casa, a filha é obrigada a cuidar de todos os problemas que surgem na internação e depois no cuidado da velha que já começa a apresentar senilidade.

A filha é independente, mas como foi um pouco mimada e recebeu tudo do pai não estava preparada para este choque de realidade. Teve que interromper sua vida cotidiana e que cuidar de uma senhora idosa que parece estar com um pouco de Alzheimer já que esquece tudo e não sabe o que faz.

É terrível ver o que acontece com a pessoa ao atingir certa idade, todos nós passaremos por isto. É como o Benjamin Button. Os idosos começam a voltar a serem crianças no sentido da fragilidade e necessidade de cuidados. Voltam a precisar usar fraudas, pois não tem controle da bexiga, voltam a precisar de cuidados especiais como comer no horário certo, não abusar de doces pra não ter dor de barriga ou outras doenças, tem que ter alguém pra dizer quando escovar os dentes, tomar banho, dormir etc. Eles voltam a ser totalmente dependentes e necessitar de alguém disponível 24 horas por dia, assim como acontece com crianças. A vida é um ciclo que dá uma volta de 360 graus. Somos cuidados por nossos pais e no futuro teremos que cuidar deles do mesmo modo.

O filme faz esta relação entre o fim da vida de uma e o começo da vida de outra. Elas são a mesma pessoa em estágios diferentes da vida. Enquanto a velha olha pra sua neta e se vê mais jovem e sente até um pouco de inveja de quando era bonita e feliz, a mais jovem olha pra sua avó e vê com certo temor seu próprio futuro decadente e sente solidária aos seus sofrimentos. A vida passa num piscar de olhos e a partir dos 30 seguimos numa rua ladeira abaixo até o fim do poço. Nossa vida só piora e temos que ter perseverança e resignação em relação às vicissitudes da vida.

O filme não é uma maravilha toda, mas ele nos deixa mais pensativos sobre nossas próprias vidas. Carpe diem! Temos que aproveitar a vida enquanto somos jovens e temos vigor físico e mental, antes de virar comida para os vermes. Nota para o filme: 3 de 5.