quarta-feira, 7 de novembro de 2012

A presença incômoda

Como envolve pessoas reais, devo mudar nomes e situações. Tem duas pessoas no serviço onde uma é minha amiga e a outra é uma pessoa desprezível da qual eu tive uma briga. A primeira é a Paloma e a segunda é o Alberto. Esse cara é uma pessoa bem arrogante que fazia pouco caso de todos até que as pessoas que ele tratava mal viraram as costas para ele. Pouco a pouco caiu a ficha e ele agora é todo bonzinho com novos funcionários que chegam e que não sabem de nada e é frio com os demais.

Tive dois sonhos com o mesmo fato em duas noites diferentes. No primeiro combinei de ir à praia com amigos e ele estava junto, para azar meu, sempre vigilante com aquela cara séria de ódio que guarda em relação aos antigos colegas, mas tratando com palavras neutras para não incitar brigas. Só a presença do Alberto já incomoda e causa desconforto, não se pode focar em nada que a gente sabe que lá atrás ele estará espiando e tomando notas mentais para serem usadas contra você. Um inimigo interno, um lobo com pele de ovelha tramando planos diabólicos e só você sabe o que esta ocorrendo. Os outros, bestas, se divertem na praia como se nada estivesse acontecendo.

Hoje tive quase o mesmo sonho, sendo que desta vez eu convidei apenas a Paloma para ir. Sem que tivesse tempo de avisar, a Paloma também convidou o Alberto para ir de modo público onde eu não poderia recusar na frente de todos e é claro que o cretino aceitou, sempre com aquela expressão de poker face do inferno. Lá vamos nós no carro descendo a imigrantes e rumo ao litoral paulista de carro, com chuva fraquinha quase um sereno e neblina, já prenunciando o péssimo final de semana que eu teria. Ele levou duas revistas para ler na viagem sendo que uma era sobre contabilidade, revista que acho que nem existe na vida real. Chegamos e percebemos que o quarto de entrada do apartamento está meio bagunçado. Então eu tentei melhorar um pouco guardando alguns objetos espalhados para que abrisse um pouco de espaço nos móbeis para guardarmos nossas mochilas. No primeiro lugar que abri espaço na estante, o Alberto já esticou o braço e colocou suas revistas em cima, começou minha tortura psicológica. Foi um ato simples, mas vindo de quem veio e já com um histórico de ódio, na hora já encarei como uma afronta. Paloma que estava junto, toda feliz, também estava procurando um lugar onde por as coisas e como ela é baixinha e só tinha espaço no topo da estante, eu a levantei pela cintura para por as coisas no topo. Ela se assustou e demos risada. Foi um momento alegre, o único, do sonho.

O sonho se seguiu dando saltos sem se ater a detalhes, mas sempre que íamos à praia conversando, lá estava ele vigiando com aquela cara séria de sem expressão como um morto ambulante, um zumbi, sem emitir nenhuma opinião e dando respostas neutras apenas quando era perguntado algo diretamente. Mas nunca invadindo um assunto nosso para participar da conversa. Parecia um policial que estava do lado e nós querendo cometer um delito. Deve ter sido um espírito bem incômodo que me visitou à noite, mas não sei se ele era ruim ou apenas estava me repreendendo por alguma atitude.

Um comentário:

  1. Infelizmente existem pessoas desagradáveis em todos os ambiente. O segredo é a gente saber ter jogo de cintura.
    Big Beijos

    ResponderExcluir