quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Não Quero dormir sozinha

36ºMostra Internacional de Cinema São Paulo
2012 – México

Este é o Segundo filme mexicano que assisto nesta mostra internacional de cinema e é melhor do que o primeiro. Conta a história de uma família de artistas. A avó foi uma grande atriz e hoje está esquecida e é alcoólatra. O pai está na crista da onda, é ator e diretor e está trabalhando no exterior e foi ele que comprou tudo pra sua filha, carro e casa pra morar. A vida está seguindo seu curso quando a avó sofre um acidente devido à bebida e a idade. Como pai está a muito longe de casa, a filha é obrigada a cuidar de todos os problemas que surgem na internação e depois no cuidado da velha que já começa a apresentar senilidade.

A filha é independente, mas como foi um pouco mimada e recebeu tudo do pai não estava preparada para este choque de realidade. Teve que interromper sua vida cotidiana e que cuidar de uma senhora idosa que parece estar com um pouco de Alzheimer já que esquece tudo e não sabe o que faz.

É terrível ver o que acontece com a pessoa ao atingir certa idade, todos nós passaremos por isto. É como o Benjamin Button. Os idosos começam a voltar a serem crianças no sentido da fragilidade e necessidade de cuidados. Voltam a precisar usar fraudas, pois não tem controle da bexiga, voltam a precisar de cuidados especiais como comer no horário certo, não abusar de doces pra não ter dor de barriga ou outras doenças, tem que ter alguém pra dizer quando escovar os dentes, tomar banho, dormir etc. Eles voltam a ser totalmente dependentes e necessitar de alguém disponível 24 horas por dia, assim como acontece com crianças. A vida é um ciclo que dá uma volta de 360 graus. Somos cuidados por nossos pais e no futuro teremos que cuidar deles do mesmo modo.

O filme faz esta relação entre o fim da vida de uma e o começo da vida de outra. Elas são a mesma pessoa em estágios diferentes da vida. Enquanto a velha olha pra sua neta e se vê mais jovem e sente até um pouco de inveja de quando era bonita e feliz, a mais jovem olha pra sua avó e vê com certo temor seu próprio futuro decadente e sente solidária aos seus sofrimentos. A vida passa num piscar de olhos e a partir dos 30 seguimos numa rua ladeira abaixo até o fim do poço. Nossa vida só piora e temos que ter perseverança e resignação em relação às vicissitudes da vida.

O filme não é uma maravilha toda, mas ele nos deixa mais pensativos sobre nossas próprias vidas. Carpe diem! Temos que aproveitar a vida enquanto somos jovens e temos vigor físico e mental, antes de virar comida para os vermes. Nota para o filme: 3 de 5.

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