terça-feira, 29 de outubro de 2013

Um Filho Seu

37ºMostra Internacional de Cinema São Paulo
Un Enfant de Toi
2012 – França

Mais um filme francês que assisto nesta mostra de cinema e desta vez a história fala sobre um casal que viveu junto durante cinco anos e se separou. O filme começa três anos depois quando os dois se reencontram a convite dela para se rever e trocar figurinhas. Cada um dos dois já está em um novo relacionamento, mas eles ainda têm muita coisa em comum, a intimidade e o carinho ainda estão presentes no ar e parece que ainda é um casal apesar de não se verem por muito tempo.

Existe uma filha para criar o vínculo entre eles e não entendi porque a filha mora com ele. Normalmente vemos os filhos de pais separados morando com a mãe, claro. A menininha é muito bonitinha e inteligente, ela sabe muito mais do que seus pais pensam que ela sabe. Muitos adultos cometem este erro ao achar crianças estúpidas e inocentes. Muitas são perceptivas e veem tudo, apesar de talvez um pouco distorcidas e de não compreenderem totalmente a situação. Mas encarar uma criança como idiota é um erro comum.

O casal coloca os assuntos em dia e comentam sobre seus atuais parceiros se comparando, perguntando se é melhor ou pior que eles, se são felizes nesta vida, quais os planos pro futuro, curiosidade de ex-amor. A situação me lembrou bastante do filme Antes do Por do Sol que trabalha mais ou menos com a mesma situação, de um casal que já tem sua família conversando sobre suas vidas. E assim como o filme citado, o Um Filho Seu também deixa bem claro que os dois ainda se importam um com o outro e existe um amor ainda não soterrado totalmente.

O que achei muito impressionante é que seus atuais parceiros sabiam do encontro entre os dois, não era coisa escondida. Eles têm uma filha então um encontro é muito bem explicável, mas mesmo assim começa-se a surgir certo ciúme no ar, pois eles percebem a proximidade deles. É uma situação que eu não saberia como lidar se acontecesse comigo. Uma namorada se encontrando com o ex-namorado que ela ainda tem resquícios de amor.

Acho curiosa a situação onde as pessoas que tiveram relacionamento durante certo tempo continuam apenas amigas depois que tudo acaba. Comigo não funciona assim. Se o término do namoro foi ruim, não quero vê-la mais por causa da dor provocada. Se o término foi mais ou menos consensual e tranquilo, o amor ainda permanece ali e ainda existe uma chance de volta. Os reencontros são sempre oportunidades de revivê-lo. Quando revia uma namorada que o termino não foi definitivo e ainda tinha algum sentimento, a gente acabava se reaproximando e voltando a namorar.

Apesar de um começo promissor e uma sequencia de cenas muito boas, o filme começa a se arrastar depois do meio. Os olhares ao relógio são frequentes na espera do final do filme e ele não acaba, é interminável. Fiz questão de procurar o nome do diretor e do roteirista e fiquei surpreso de descobrir que se tratava de um homem. Eu tinha certeza que era uma mulher. Só uma mulher estenderia uma D.R. tanto assim. No final da sessão, na saída, ouvi gente comentando a mesma coisa que eu estava pensando: que o filme deveria ser menor, talvez pudessem cortar pelo menos uma hora de enrolação, ser mais objetivo. Apesar disto, foi legal.

Nenhum comentário:

Postar um comentário