segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Laranja Mecânica - Tratamento Ludovico

Acabei de assistir ao excelente filme Laranja Mecânica, clássico do cinema feito por Stanley Kubrick. A gang que comete crimes me lembrou bastante do filme Warriors, onde várias gangs vestidas com a mesma roupa apavoram a cidade futurista e degenerada.

Laranja Mecânica trata de um tema muito interessante que já vi relação em diversas outras obras, mas que não sabia existir um estudo sério a respeito. Na obra fictícia, eles dão o nome de tratamento Ludovico, que é um tratamento agressivo de se aplicar conceitos do behaviorismo no tratamento de pessoas teoricamente irrecuperáveis para a sociedade como os assassinos.

Tanto na obra quanto na nossa vida nós nos deparamos com um dilema insolúvel. O que fazer com bandidos? São recuperáveis para voltar à sociedade ou são pessoas com índole maléfica que sempre serão assim mesmo depois da cadeia? O tempo encarcerado recupera alguém ou o deixa mais violento? E aqueles assassinos sádicos e gente realmente ruim? Deve-se instituir prisão perpétua, pena de morte ou o que? São muitas questões sem solução. Quanto mais violência nos deparamos mais pessimistas nos tornamos em relação ao assunto. Cada vez mais construímos penitenciárias que não resolvem definitivamente o problema e geram mais custos ao Estado e não tem melhoram nossa vida.

No filme, inspirado em um livro, busca uma solução no behaviorismo. E se tivesse um tratamento mental que transformasse um sádico e sociopata em uma pessoa sociável e que pudesse viver em sociedade. O tratamento Ludovico é um tipo de condicionamento do cérebro, onde o paciente é obrigado a assistir vídeos de violência com a utilização de algumas drogas que o fazem se sentir mal. De acordo com a teoria, o corpo vai absorvendo uma relação entre dor física e o contato com a violência. Logo no futuro toda vez que ele se envolver em algum evento que fere violência ele se sentirá mal e se afastará daquilo que o traz dor. É o mesmo condicionamento que fazem com animais, onde o tratador dá choque quando o bicho faz algo errado e doce quando faz certo. Eles chamam isso de psicologia da aprendizagem ou punição e recompensa.

Acontece que o tratamento é extremamente doloroso e difícil. Lembrei-me de tratamentos do passado como choques na cabeça em pacientes com problemas mentais ou lobotomia. Foram tratamentos quase medievais e que foram praticados até pouco tempo atrás e que hoje são considerados aberrações. Funcionam num primeiro momento, mas estragam a pessoa de um modo totalmente desumano.

Achei referências em diversos outros filmes a começar pela série Lost. Na terceira temporada “Os Outros” aplicam um tratamento muito similar ao do filme de Kubrick no personagem Karl. Aliás, “os outros” tinham vários tratamentos médicos experimentais e sem nenhum escrúpulo que daria pra fazer algumas continuações ao Laranja Mecânica. No filme Street Fighter, Blanka é um homem trabalhado para ser um monstro terrível e por isso é bombardeado por muitas imagens de violência. Daria certo se o cientista não ficasse com pena e mudasse o programa para imagens boas e de amor. Então ficou um monstro pela metade. No filme O Soldado do Futuro, Kurt Russel faz parte de uma tropa que começa o tratamento de criar um soldado perfeito desde o nascimento. Então as crianças são condicionadas através de comportamentos, aulas e vídeos para achar a violência uma coisa normal e incentivar a agressividade neles. Em A Ilha eles também são treinados para pensar num lugar paradisíaco ao qual querem ir desde sua concepção, através de imagens enquanto são formados e depois com ensino e sessões de terapia. Enfim, têm inúmeros outros exemplos que eu me lembro que a técnica é aplicada e em todas é intrigante. Um assunto que me dá bastante curiosidade. Ainda vou pesquisar mais a respeito.

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