domingo, 21 de setembro de 2014

Bolsa Família

Sou a favor de programas sociais desta natureza por causa da imensa desigualdade que nosso país apresenta. O Brasil é décimo país mais desigual do mundo, sendo que é a sétima maior economia do mundo, ou seja, tem pouca gente ganhando muito dinheiro para muitos ganhando pouco. O abismo é imenso. Gerar renda para os mais pobres é positivo, diminui a diferença apesar de não ser sustentável, mas diminui a quantidade de miseráveis que não tem nem o que comer.

Não é com este programa que o Brasil vai se tornar um país igualitário e é praticamente uma esmola que o governo dá em caráter de misericórdia. Acho muito triste nós termos que chegar a este ponto, mas considero necessário. Quem critica não sabe, mas o bolsa família varia entre R$22,00 a R$200,00 e só contempla pessoas com renda familiar abaixo de R$140,00. Acho que poderiam até aumentar o valor para, pelo menos, um salário mínimo. O Bolsa família é a junção de cinco programas sociais do FHC: o Bolsa Escola, o Auxílio Gás, o Bolsa Alimentação e o Cartão Alimentação. Umas das minhas críticas em relação ao programa é dele ter eliminado o requisito principal do bolsa escola: a exigência de matricular o filho na escola.

Em minha opinião, os programas sociais deveriam exigir contrapartidas dos beneficiados mesmo que a principal função dele seja o combate à pobreza. O programa deveria ter um planejamento de tornar o cidadão produtivo para ele não precisar mais daquela renda nos próximos anos. É a mesma idéia de “ensinar a pescar”. A educação é a melhor forma de investir num país para reduzir a desigualdade. Todos os que fossem beneficiados deveriam estar matriculados em alguma escola, mesmo os adultos, em cursos profissionalizantes ou mesmo de alfabetização para os miseráveis. Não importa o nível educacional que você esteja, desde que tenha a intenção de progredir individualmente. Não se deve aceitar a própria desgraça como ato divino.

Outra coisa que defendo é da não perpetuação do benefício. Tudo tem que acabar um dia, não é possível que esta verba seja paga indefinidamente. Pode começar com um valor alto e a cada ano que passe diminua um pouco. Podemos fazer um planejamento de 10 anos e a cada ano que passe diminua 10% do valor pago até que no final o benefício se extingue. Uma pessoa que ganha dinheiro sem nenhuma contrapartida e sem expectativa que ele vai acabar acaba se acomodando. Faz parte da natureza humana, qualquer pessoa tem comportamento similar em outras áreas.

Além da exigência do estudo para se ter acesso ao benefício, incluindo freqüência mínima de 90% das aulas e o atingimento de nota mínima, poderíamos incluir outras exigências a fim de melhorar a vida da população a longo prazo. Uma delas seria a obrigatoriedade da pessoa buscar emprego toda semana. E se conseguir um emprego, ter um aumento de verba no bolsa família. Assim incentivaríamos à ele querer trabalhar.